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Busca por relacionamentos em aplicativos cresce 21% no Pará

Usuária que encontrou o match perfeito conta um pouco da experiência com ferramentas que aproximam as pessoas; especialista atribuiu o crescimento à pandemia de covid-19

Foto: (Márcio Nagano / O Liberal)
Foto: (Márcio Nagano / O Liberal)
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Aplicativos de encontros se tornaram, nos últimos anos, uma das opções mais acessadas por pessoas que buscam relacionamentos dos mais variados níveis. Para analisar esse cenário, uma plataforma de relacionamento realizou um levantamento e constatou que o número de usuários cresceu em todo Brasil, sobretudo no Pará, onde o aumento foi de 21% no primeiro trimestre de 2022, o que coloca o estado entre os destaques para o período. Usuários contam como é possível encontrar o “match perfeito” através das plataformas. 

A fisioterapeuta Narrery Santos, de 27 anos, encontrou seu “match preferido”, como ela mesmo define, o professor Bruno Heleno, de 32 anos, enquanto usava um aplicativo de relacionamento para passar tempo. Logo de cara, a foto de perfil do rapaz despertou o interesse da jovem que foi correspondida com um  “like” que deu inicio a história dos dois.

“Eu até procurava um relacionamento, mas não esperava achar isso no aplicativo. Eu sempre instalava e desinstalava porque as vezes dava preguiça de puxar assunto e todo aquele protocolo de conhecer alguém. Da última vez que instalei, dei match com o Bruno”, relembra. 

“Lembro da foto dele. Ele estava nos Lençóis Maranhenses, de regata. Achei ele um homem lindo, a pele iluminada, e na descrição parecia alguém com gostos parecidos, viagem, pesquisa, curtir com os amigos, mas a gente conversou pouco pelo aplicativo. Ele me contou o quê fazia da vida, do que gostava. Eu achei ele um homem interessante, mas não esperava muito. Na época, eu estava bem desacreditada de romance e afins, e logo desinstalei a ferramenta”, revela a fisioterapeuta.  

Mesmo assim, Bruno não desistiu e foi em busca da Narrery em outras redes sociais. “Quando ele percebeu que eu não respondia no aplicativo, foi me procurar em outra rede (risos). Aceitei ele, e começamos a conversar. Até quê depois de um mês conversando, estávamos no mesmo show e nos conhecemos pessoalmente, e desde então nunca mais nos separamos”, conta a jovem. O casal namora há 2 anos e 7 meses. Atualmente moram juntos e já planejam o casamento para maio de 2023. 

Ferramenta facilitadora deve contar com cautela

Na opinião da jovem, aplicativos de relacionamento são verdadeiros facilitadores e possibilitam também relações de amizade. “Morei um tempo sozinha em outro estado, bem antes de conhecer o Bruno, e esse aplicativo me ajudou a fazer amizade para que pudesse interagir em uma cidade que eu não conhecia absolutamente ninguém. Na minha cabeça, não era só pra ter encontros amorosos, e eu pude encontrar pessoas que também tinham esse pensamento”, destaca Santos. 

Apesar da praticidade, é preciso ter cuidado porque “há o mal no mundo”, diz Narrey. “Já conheci gente de todo tipo, inclusive um sociopata. E foi uma experiência de aprendizado sobre sempre ter o pé atrás com quem você não conhece.”

Ela ainda revela qual estratégia utilizava para não cair em um encontro perigoso. “A minha estratégia era racionalizar que não haviam pessoas perfeitas, e que eu tinha um padrão e que se fugisse do meu padrão eu não tinha porque me relacionar. Homem pedindo foto, só procurando sexo não eram coisas que me interessavam, estavam fora do meu padrão, logo não dava like. Pra quem utiliza, é sempre bom perguntar bastante, mais de uma vez, ver se as histórias são sempre as mesmas, se batem. E no mais confiar na intuição”, aconselha. Há vários métodos de evitar cair em golpes ou se encontrar com pessoas perigosas nas plataformas de relacionamentos

Há vários métodos de evitar cair em golpes ou se encontrar com pessoas perigosas nas plataformas de relacionamentos (Cristino Martins / O Liberal / Imagem Ilustrativa)

“Relações humanas tem sofrido grande influência da era digital”, diz psicólogo

O psicólogo George Pontes, especialista em sexualidade humana, explica que o crescimento no número de usuários de aplicativos de relacionamento está relacionado a influência da internet e, nos últimos dois anos, a pandemia de covid-19. 

“Nós estamos saindo de um momento de pandemia, então com a necessidade do isolamento social, de muitos momentos de lockdown, as pessoas acabaram utilizando o aplicativo de forma mais intensa. Com a restrição do contato social essa ferramenta acabaram assumindo uma importância muito grande nesse aspecto. E o Pará foi um dos estados que mais assumiu medidas restritivas, por isso acredita-se que essa diferença se deu devido à pandemia”, analisa.

Para Pontes, as ferramentas de relacionamento atendem aos moldes da atualidade para que pessoas se conectem, mas não substitui o contato presencial. “Esse movimento das relações humanas acontecerem no virtual é uma característica da contemporaneidade. Acredito sim que ela faz parte e deva ser vivenciada, porém, não deve ser descartado em hipótese alguma o relacionamento tete a tete, o contato humano presencial”, ressalta o especialista. 

O psicólogo ainda orienta que os usuários devem estar atentos na internet, evitar entrar em muitos detalhes, não passar dados íntimos, principalmente no aspecto financeiro. No caso de marcar encontros, o ideal é sempre optar por locais públicos como shoppings center, praças, informar outras pessoas a respeito do encontro e assim evitar possíveis violências ou prejuízos. 

Fonte: O Liberal

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