Search
Close this search box.

Cai em 50% o número de cirurgias para tratar o câncer de próstata durante a pandemia do coronavírus

Continua após a publicidade

A pandemia do coronavírus teve um forte impacto na prevenção e diagnóstico do câncer de próstata. O medo da contaminação atrasou tratamentos e prejudicou o diagnóstico precoce. É o que mostra uma pesquisa realizada este ano pela SBU (Sociedade Brasileira de Urologia). A procura por cirurgias eletivas urológicas caiu pela metade durante a pandemia.

Ao todo, foram ouvidos 766 urologistas associados à SBU. Desses, cerca de 90% afirmaram que houve uma redução em 50% das cirurgias eletivas, e 54,8% relataram que as cirurgias de emergências diminuíram pela metade. O atendimento ambulatorial e nos consultórios médicos tiveram uma redução ainda maior, de 80%.

A preocupação em incentivar os homens a procurar um especialista é antiga e aumentou durante o período de pandemia. “O medo de contrair a Covid-19 e os tabus que envolvem a realização dos exames preventivos podem ser fatores que levam os homens a não procurar por auxílio médico. O assunto ganha destaque neste Novembro Azul, justamente para lembrar os homens sobre a importância de cuidar da saúde”, alerta a oncologista clínica Paula Sampaio.

O urologista João Frederico Andrade, do Centro de Tratamento Oncológico (CTO), destaca um dado importante: “No Brasil, os homens vivem, em média, sete anos a menos do que as mulheres. Uma das razões é que os homens são mais negligentes com a própria saúde e, no caso do câncer de próstata, essa negligência muitas vezes resulta em um diagnóstico tardio”.

O câncer de próstata é uma doença silenciosa. Em 95% dos casos, só apresenta sintomas em estágio avançado. Portanto, a avaliação periódica é fundamental. “As chances de recuperação ultrapassam os 90% quando a doença é diagnosticada precocemente”, assegura o especialista. “Homens negros e aqueles cujo pai ou irmão teve câncer de próstata devem visitar anualmente o especialista a partir dos 45 anos. Os demais, a partir dos 50 anos”, completa o médico.

Clirdemar Vasconcelos, de 67 anos, descobriu o câncer de próstata por acaso. Em junho de 2015, numa mudança de emprego, ele fez exames admissionais- um dos exames foi o PSA, que identificou alterações. O médico do trabalho recomendou ir a um urologista, onde confirmou o diagnóstico de câncer de próstata.

Até esse exame admissional, ele nunca tinha feito exames preventivos para câncer de próstata. Como ele sempre trabalhou no interior e vinha pouco a Belém, consultas médicas não eram prioridade para ele. Hoje, ele afirma que nunca faria isso, se pudesse voltar no tempo. “Agora, eu aconselho meus parentes e amigos a se cuidarem. O meu filho, de 39 anos, já começou a fazer os exames anuais”.

Clirdemar acredita que teve sorte, porque mesmo sem cuidar da saúde e descobrindo o câncer de próstata por acaso, a doença estava em um estágio inicial. Ele fez o tratamento com radioterapia e quimioterapia.

Em junho deste ano, ele completou os cinco anos de acompanhamento e controle. Mas, por causa da pandemia, a última consulta foi apenas em setembro, quando recebeu alta. A comemoração foi em casa, apenas com a esposa. “Graças à Deus,  tudo correu bem e hoje posso contar minha história e ser um exemplo para os outros homens, para que não deixem de cuidar da saúde”, finaliza Clirdemar.

As sociedades médicas aproveitam o Novembro Azul para falar não só de câncer de próstata, mas também de outros aspectos importantes da saúde do homem. “É muito mais difícil convencer um homem do que uma mulher sobre a necessidade de ir ao consultório médico periodicamente, mesmo que não esteja sentindo nada. Por isso, temos que aproveitar quando ele vai para falar sobre a saúde masculina de forma integral”, destaca o urologista João Frederico Andrade.

Fonte: Portal Roma News

Compartilhe essa matéria:

WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *