Na manhã desta quinta-feira (18), a partir de 07h30, diversas instituições e a sociedade civil organizada envolvida na proteção de crianças e adolescentes reúnem-se em uma caminhada pelas ruas de Altamira para chamar a atenção sobre os crimes e abusos sexuais contra crianças e adolescentes. A atividade terá concentração no Ministério Público de Altamira e será realizada no Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual, com o objetivo de apresentar à sociedade as diferentes formas de reconhecer uma vítima de violência e como realizar a devida denúncia.
A programação faz parte do “Maio Laranja”, que visa dar visibilidade para a temática, abordando a importância da conscientização e da prevenção ao abuso e à violência sexual de crianças e adolescentes em todo o país. Além da caminhada, a Prefeitura de Altamira, por meio da Secretaria Municipal de Assistência e Promoção Social (SEMAPS), está promovendo uma série de ações no município que tratam sobre o tema. As programações são realizadas durante todo o mês de maio nos espaços dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), tanto da área urbana quanto rural.
Ações de prevenção alcançam crianças de 38 escolas e 11 creches da área urbana, permitindo que elas possam entender e identificar os abusos sofridos, buscando ajuda e quebrando o silêncio. Essas iniciativas também estimulam a participação da sociedade na prevenção da violência e exploração sexual contra menores, e são ótimas oportunidades para que a população de Altamira possa se conscientizar sobre a importância de proteger e cuidar das nossas crianças e adolescentes.
Dados coletados e divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam que, em 2019, 53,8% dos casos de estupro de vulnerável eram cometidos contra meninas com menos de 13 anos. Esse número sobe para 57,9% em 2020 e 58,8% em 2021. Desse total, 82,5% dos casos de estupro de crianças e adolescentes são cometidas por conhecidos do núcleo familiar. Além disso, 76,5% dos casos acontecem dentro de casa. Entre as principais características apresentadas por uma criança e adolescente vítima de violência sexual estão: mudanças bruscas de comportamento, mudanças no padrão de alimentação e sono, atrasos no desenvolvimento, comportamento sexualizado, que não condiz com sua idade e demonstração de medo de algum parente ou adulto próximo à família.
Dados no Médio Xingu
No Sudoeste do Pará, dados da Fundação Parápaz Integrado apontam 323 registros de violência sexual contra crianças e adolescentes entre 2019 a 2022. Porém, com o passar dos anos, ocorre uma redução nos casos de violência sexual contra este público. Em 2022 foram registrados 16 casos de violência sexual. Para conter este crime, um trabalho de conscientização e orientação para crianças, adolescentes e responsáveis é desenvolvido de forma contínua em escolas da rede municipal e em instituições de acolhimento em Altamira, com profissionais de diversas áreas de atuação, formando uma equipe multidisciplinar.
Rede de Proteção
A região do Médio Xingu conta com uma rede de proteção integrada, entre Municípios e Estado, que promovem atendimento por meio dos Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Conselhos Tutelares, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente (CMDCA), Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), Núcleo do Parápaz Integrado na Região Xingu e Delegacia Especializada no Atendimento a Criança e ao Adolescente (DEACA), além dos órgãos de fiscalização do Estado composto pelo Ministério Público do Estado, Defensoria Pública do Estado e Tribunal de Justiça do Estado.
Serviço
Caminhada de combate ao abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes
Data: 18/05/2023;
Horário: A partir de 07h30;
Local: Concentração no Ministério Público do Pará;
Endereço: Av. Brigadeiro Eduardo Gomes, bairro São Sebastião.