O Dia Nacional da Vacinação foi criada pelo Ministério da Saúde com o objetivo de reforçar a importância das vacinas para evitar doenças e salvar vidas.
Muitas enfermidades deixaram de ser um problema de saúde pública no Brasil, graças às estratégias de vacinação promovidas pelo Programa Nacional de Imunizações, cuja eficiência é reconhecida mundialmente.
Atualmente, por meio do Sistema Único de Saúde, os brasileiros possuem acesso a vacinas contra tuberculose, difteria, tétano, febre amarela, poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola, hepatite B, papilomavírus, etc.
Porém, essas doenças saíram dos holofotes no último ano. Em tempos de pandemia de covid-19, nunca se falou tanto na doença – e nas vacinas para ela.
Mesmo detalhes técnicos nunca antes atentados pelos cidadãos, como taxa de eficácia, nomes das fabricantes e insumos farmacêuticos, estão sendo vistos com lupa.
Para a professora Hallessa Pimentel, mestra em saúde coletiva, não é hora de escolher uma vacina ou outra.
“No caso da covid-19, com as vacinas, ão reduzidas as possibilidades de internação e óbito, além da redução da circulação do vírus no futuro. Todas as vacinas disponíveis atualmente são eficazes. Temos percebido muitas pessoas tentando optar por uma vacina x, y ou z, mas nessa conjuntura, o que vale é escolher a sobrevivência.”, aconselha ela, que é mestra em saúde coletiva.
Segundo ela, desde 1804, o Brasil acumula experiência de sobra quando o assunto é estratégia para a imunização da população, mas todos precisam colaborar comparecendo a um posto de saúde com as carteiras de vacinação.
“A imunização nada mais é do que adquirir defesa imunológica contra doenças provocadas por vírus ou bactérias. É a forma mais eficaz de se prevenir diversas doenças que já foram responsáveis por exterminar populações. Mais do que nunca, é importante ter um dia para sensibilizar as pessoas sobre o valor de um calendário vacinal atualizado”, afirma.
Poliomielite, rubéola e tétano neonatal são alguns exemplos de doenças que, com o surgimento das vacinas, foram consideradas erradicadas. Nos últimos anos, entretanto, baseado em notícias falsas e discursos sem embasamento científico, o movimento Antivaxxer ganhou adeptos no mundo todo, pregando que as vacinas causam doenças e deformações.
O delírio não poupou o Brasil, provocando um cenário de queda da cobertura vacinal no país e acendendo alertas sobre o risco da reintrodução dessas doenças em todo o país, como é o caso do sarampo.
Só no Pará, por exemplo, as ocorrência da doença foram multiplicadas por 20 em um ano: em 2019 foram 403 casos da doença. Em 2020, 8.217 casos foram confirmados. Cinco mortes ocorreram, respondendo por 71% dos óbitos pela doença em todo o Brasil.
Para a aposentada Tânia Brito, vacinada tanto contra o sarampo como contra covid-19, é importante confiar na ciência e ignorar as mentiras espalhadas na internet.
“Esse movimento antivacina era muito forte antes da pandemia, mas acabou crescendo. Mesmo assim, vejo muitos céticos que estão indo se vacinar, apesar de alguns recusarem ainda. É uma alegria e um alívio muito grande saber que estou protegida”, afirma.
A Sociedade Brasileira de Imunologia chegou a publicar em setembro de 2020 uma nota técnica reforçando a importância da vacinação, pois “ela é um dos maiores progressos da área biomédica na prevenção e controle das doenças infectocontagiosas”, tamanha foi a preocupação diante do cenário que o Brasil enfrenta.
No Brasil, o Calendário Nacional de Vacinação contempla não só as crianças, mas também adolescentes, adultos, idosos, gestantes e povos indígenas.
Ao todo, são disponibilizadas 19 vacinas para mais de 20 doenças, cuja proteção se inicia nos recém-nascidos e pode se estender por toda a vida.
Qualquer cidadão pode se dirigir a um posto de saúde portando documento de identidade com foto para buscar saber quais vacinas precisa tomar. Todos os protocolos sanitários estão sendo seguidos nas unidades básicas de saúde, para que os usuários se sintam seguros.
Os calendários vacinais por faixa etária e doença também podem ser consultados também no site www.gov.br/saude.
Fonte: O Liberal