Candidatos do concurso do Banco do Estado do Pará (Banpará) denunciam uso de aparelhos celulares durante a prova realizada no último domingo (6). Um grupo foi à sede do Ministério Público do Estado para formalizar a denúncia e pedir a anulação do certame.
Imagens divulgadas na internet mostram o registro de um cartão resposta feito em cima da carteira, ou seja, após a abertura dos envelopes.
Os denunciantes relatam que durante a prova foram registrados toques de aparelhos e outras irregularidades.
“Pessoas com celular, pessoas que se negaram a fazer a biometria, e ainda assim fizeram a prova, e falta de detector de metais”, disse Khaioma de Sousa, candidato que se preparou por seis meses para o concurso.
Outros relatam a rotina e o investimento que foram feitos para agora não terem certeza que o esforço será recompensado.
“Fomos muito prejudicados com tudo isso, pagamos cursinhos caros, tinha passagens de ônibus. Na época da greve dos ônibus os cursinhos não pararam tínhamos que dar um jeito de chegar até lá. Teve aquela chacina. Eu que estudava a noite chegava aqui na Cremação às 23h vinha com muito medo. Não gastei menos de 800 reais em um mês me dedicando para esse concurso pra acontecer tudo isso”, lamenta um dos candidatos.
O grupo tenta protocolar a denúncia na 4ª Promotoria de Direitos Constitucionais.
O DOL entrou em contato com a Associação dos Concursados do Pará (Asconpa) que informou já estar ciente do fato e que um ato em frente ao Ministério Público deve ser agendado com o mesmo objetivo de pedir a anulação do concurso.
Em nota, a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (FADESP) informa que o candidato que fotografou o próprio cartão resposta da prova aplicada no domingo, 8, para o concurso do Banco do Estado do Pará (Banpará), está eliminado por conduta de má fé que infringe a regra estabelecida no edital. O caso é isolado e não ameaça a lisura do certame que envolve 94,2 mil inscritos.
Ainda segundo a nota, 95 mil sacos com lacre foram distribuídos para a guarda dos celulares e equipamentos eletrônicos. Portanto, antes de receberem as provas, todos os candidatos que estavam portando celular ou equipamento eletrônico foram orientados a desligar os aparelhos e guardá-los na embalagem com lacre fornecida pelos fiscais de sala. O procedimento é realizado na frente do fiscal.
Segundo a Fadesp, irresponsavelmente, o referido candidato burlou a regra, utilizou o celular depois desse procedimento e divulgou o cartão que recebeu. A hipótese é que ele tenha feito a imagem enquanto os demais candidatos eram recepcionados.
A Fadesp diz que o sigilo das questões e respostas foi mantido durante a aplicação das provas. Além da fiscalização em sala de aula, os candidatos acompanhados até o banheiro foram submetidos à revista com detector eletrônico.
CERTAME
O concurso do Banpará que teve a prova realizada no domingo foi para o provimento de 117 vagas para nível Médio e 9 para Superior. Do total, sete para Pessoas com Deficiência (PcD).
(Kleberson Santos/DOL)