Os casos de feminicídio, que se trata do assassinato de uma mulher praticado por razões da condição de sexo feminino, aumentaram 19% neste ano no Pará. A média é com base nos registros da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) de janeiro a novembro de 2024 e 2025, quando foram notificados 47 e 56 delitos dessa natureza, respectivamente. Em todo o ano passado, a Segup contabilizou 54 ocorrências.
Um dos casos que mais repercutiram neste ano foi o de Bruna Meireles Corrêa, de 32 anos, morta com um tiro na cabeça pelo companheiro e policial militar, Wladson Luan Monteiro Borges. Eles estavam dentro de um carro quando houve um suposto desentendimento entre o casal no dia 12 de março em Belém.
No dia 1º de setembro houve a reconstituição do ocorrido, que buscou identificar se a morte da mulher foi acidental ou não, além de esclarecer quem puxou o gatilho da arma.
Com base nas análises, os peritos afirmaram que “nunca existiu a possibilidade” de que Bruna pudesse ter acionado o gatilho da pistola, “ainda que involuntariamente”. E, a partir dos levantamentos, o responsável pelo disparo apontado no documento, que foi de curta distância, seria Waldson.
Assassinada pelo ex-companheiro
No dia 17 de novembro, Iracilda Melo, conhecida como “Cidinha”, foi vítima de feminicídio ao tentar buscar pertences em sua antiga residência na comunidade Barragem, em Alenquer, Oeste do Pará. A vítima foi abordada por Angelo Melo de Oliveira, ex-companheiro dela, que estava com uma arma de fogo e efetuou os disparos contra a mulher. Iracilda não teve chance de ser socorrida. Ela morreu no local.
Morta a facadas
Ketmylle do Nascimento Araújo, de 40 anos, foi assassinada a facadas pelo companheiro em Paragominas, no sudeste do Pará. O feminicídio ocorreu no dia 30 de outubro deste ano, dentro do Residencial Morada dos Ventos, no apartamento onde a vítima morava com o suspeito e a filha, uma adolescente de 15 anos. Ketmylle teria sido golpeada cerca de 17 vezes.
Jovem morta em kitnet
Maria Alice de Souza Feitosa, de 22 anos, foi assassinada a facadas pelo companheiro, Cosmo Bezerra de Andrade, 25. O caso aconteceu no dia 19 de outubro em uma vila de kitnets localizada na Rua Marechal Rondon, no bairro Bela Vista, em Xinguara, no sul do Pará. A Polícia Militar conseguiu localizar o suspeito, que se rendeu sem resistência e confessou ter matado a companheira.
Morta a pauladas
José Benedito de Souza, 32, conhecido pelos apelidos de “Mais Pólvora” e “Jonas”, matou a ex-companheira, Ana Paula Alves Silva, 29, no dia 18 de setembro na Rua do Linhão, bairro Fonte Boa, em Castanhal, região nordeste do Pará. De acordo com as autoridades, após desferir golpes com um pedaço de madeira, o suspeito ainda passou com uma motocicleta por cima da vítima.
Na mesma data, a Polícia Civil localizou José. As investigações da PC apontaram que ele cumpria pena em regime de saída temporária, passou o dia na casa da irmã, em Icoaraci, e viajou à noite para Castanhal, onde se encontrou com a vítima. Por volta das 23h22, José e Ana foram a um motel na cidade. Eles ficaram por quase duas horas no local. Depois disso, a mulher foi morta. Ana deixou uma filha de seis anos.
Em nota, a Segup reiterou o compromisso do estado na criação de uma rede de atendimento, proteção e prevenção a crimes de violência contra a mulher. Além da entrega da Delegacia Especializada em Feminicídio e Outras Mortes Violentas contra Gênero (Defem), a Secretaria disse que também foi criado o sistema “Alerta Pará Mulher”, o aplicativo SOS Maria da Penha e o Programa Pró-Mulher Pará.
Fonte: O Liberal.























