A disputa entre facções criminosas e a violência em Altamira deixou mais de 63 vítimas de mortes violentas em Altamira, no sudeste do Pará, entre janeiro e novembro deste ano. A maioria dos crimes tem características de execução. Vários homicídios ainda estão sem respostas e moradores demonstram incerteza sobre o futuro do município, cobrando reforço policial.
Um caso recente é de um homem que foi perseguido por criminosos antes de ser executado na quarta-feira (14), no bairro Aparecida.
A vítima foi o eletricista Jandirley Duarte Dias. Ele foi alvo de ao menos oito tiros e as marcas do assassinato ficaram pelo chão e também no portão de uma casa.
A Polícia Civil disse que vai analisar imagens de câmeras de segurança da vizinhança para tentar identificar autores do crime.
Em Altamira, o mês mais violento foi maio, quando houve 13 assassinatos. Naquele mês, o município foi palco de uma chachina, que resultou na morte de quatro pessoas.
A chacina foi registrada por câmeras de segurança, mostrando três homens armados que chegaram a tirando em uma distribuidora de bebidas. Um mês depois, a Polícia prendeu os autores do crime.
Apesar das operações policiais, muitos crimes ainda não foram totalmente esclarecidos. Em outubro, um adolescente de 17 anos foi morto com sinais de extrema violência. O corpo foi encontrado decapitado e carbonizado em uma estrada de chão, próximo ao antigo Centro de Recuperação Regional de Altamira.
Naquele mesmo mês, um comerciante foi executado dentro do próprio estabelecimento comercial, no bairro Jardim Independente II. Ele foi morto por um homem que chegou ao local de moto. Durante a ação, um funcionário do comércio ficou ferido na perna.
Para Roberto Magno, mestre em segurança pública, a implantação de grandes empreendimentos na região de Altamira e o contexto de vulnerabilidade fortalecem o crime organizado, elevando os índices de violência.
De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup), operações integradas foram reforçadas para combater a criminalidade na região, com ações ostensivas e monitoramento das vias com uso de câmeras de videomonitoramento.
A Polícia Militar disse, em nota, que “realiza diariamente, por meio do Comando de Policiamento Regional VIII (CPR VIII), barreiras policiais em locais estratégicos, visando o bloqueio das vias de acesso à região, prevenindo ações ilícitas de crimes violentos”.
A corporação afirmou ainda que “o 16º Batalhão, unidade responsável pela segurança de Altamira, emprega esforços nos pontos críticos apontados pela mancha criminal e que atualmente, o município está dividido em cinco setores de policiamento”.
A região, também segundo a PM, “conta com o suporte de viatura da tropa especializada, viatura do policiamento escolar, viatura pró-mulher, além de viatura no combate à poluição sonora, no período noturno”, totalizando doze guarnições de serviço, com cerca de 46 policiais atuando diuturnamente em toda a área urbana do município.
“Por fim, a PM ressalta que durante o mês de dezembro e janeiro, por ocasião da Operação Festas Seguras, serão empenhados mais de 400 jornadas extras, o que significa a implementação de pelo menos mais 143 novos postos de serviço, sejam policiamento a pé e motorizado, por cerca de 45 dias”.
Sobre a morte de Jandirley Duarte, a Polícia Civil informou que apurações estão sendo conduzidas para saber a motivação e a autoria do crime. Informações que auxiliem nas investigações devem ser repassadas pelo Disque Denúncia, no número 181.
Fonte: G1 Pará