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Com queda da Selic, especialistas indicam investimentos em imóveis

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O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central (BC) decidiu, no mês passado, reduzir a Selic de 3% para 2,25%. Mexer nessa taxa é uma das ferramentas que o BC usa para controlar a inflação e aproximá-la da meta anual. Novamente, este é o menor patamar da história e a consequência é que boa parte dos investimentos conservadores deve ter um retorno real — ou seja, descontando a inflação — zero ou negativo. Diante disso, e da atual política de financiamento habitacional, quem tem algum recurso extra, pode investir em imóveis para que no futuro, obtenha bons rendimentos.

Atualmente, as instituições financeiras oferecem financiamentos imobiliários com juros cada vez menores, que variam de acordo com a faixa de renda do consumidor. Ou seja: esse é, segundo os especialistas, um bom momento para financiar o tão sonhado imóvel, ainda mais considerando a valorização do mesmo a longo prazo. O economista Marcus Holanda explica que a taxa Selic é um forte balizador da economia. “Ela rege os contratos, os financiamentos, as transações financeiras. É a primeira taxa que calcula as outras, podemos dizer que é a taxa básica”, detalha.

A Selic tem um efeito em cascata no custo de dinheiro. E, uma vez que o Governo Federal permite sua redução, ele estimula o aquecimento o mercado. “Essa política fiscal veio levantar a economia, fazer com que as pessoas passem a consumir mais, já que os juros estão a um patamar menor. Assim, torna-se uma oportunidade para compras de imóveis. Atualmente, os bancos pedem uma entrada mínima de 10 a 30%, ou mantém linhas próprias. Com a Selic baixa, isso significa dizer que o comprador terá o valor de uma parcela menor”, ressalta Marcus Holanda.

Não existem dados atualizados sobre o déficit habitacional no Brasil, porque o último Censo Demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi feito em 2010. E o Censo de 2020 teve que ser adiado para o ano que vem, em função da pandemia. Mas um estudo da Fundação João Pinheiro, de Minas Gerais, produzido com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), oferece um cenário aproximado, com números de 2015. Naquele ano, havia um déficit absoluto de 6.356.000 habitações no Brasil. O adensamento excessivo respondia por 5,2% do déficit – ou seja, por 330.512 habitações.

Diante dessa falta de moradia, o investimento em imóveis é uma boa alternativa para a valorização do seu dinheiro. “É uma aplicação que tem riscos como todas as outras, sobretudo, de inadimplência em caso de aluguel. Mas, como o próprio nome diz: imóvel. Ou seja, você imobiliza o seu dinheiro e atende uma demanda alta. A maioria das pessoas não conseguem ter a sua casa própria, por isso, recorrem ao aluguel de quem tem para dispor”, garante Holanda.

Ainda conforme o especialista, quem comprar agora um imóvel, principalmente, na planta, poderá até triplicar o investimento aplicado. “A tendência é ir valorizando. Na fase de construção, o valor do metro quadrado é menor do que o construído. Dependendo da localização, com as agregações ao entorno, a tendência de uma futura venda é de duplicar ou até triplicar o valor aplicado. Outra alternativa boa, é a compra de terreno em condomínios. Você pode ir construindo e valorizando o seu investimento”, observa.

O economista lembra também, que outras fontes de investimentos, como a poupança, por exemplo, não é uma boa alternativa, durante a taxa de juros está baixo no mercado, pois o rendimento, também será pequeno. “Sem dúvida, hoje, a compra de imóveis é um investimento dos melhores investimentos devido a baixa nos juros. Trata-se de uma economia real, a qual o dinheiro virtual, bancário, não compensa”, enfatiza.

Cenário

O corretor de imóveis, Ariel Saldanha, sócio de uma imobiliária com uma carteira de mais de 150 clientes, na capital, explica que os valores em geral caíram na Região Metropolitana de Belém, em decorrência da pandemia do novo coronavírus. “Os juros diminuíram para o financiamento em todos os bancos. Quem buscar a compra de um imóvel agora, pode ter até 20% de desconto, devido ao cenário atual de recessão. O mercado desaqueceu de março a junho, agora, ele volta, mesmo tímido, a se movimentar. Por isso, as vendas ficaram paradas e as construtoras, e mesmo quem tem casa e apartamentos para vender, estão negociando”, explica o corretor.

Censo imobiliário

Com um crescimento considerado significativo no mercado imobiliário verificado nas vendas entre 2018 e 2019 em 21% e que alimentava perspectivas reais de maior evolução, a construção civil do Pará já registrou uma queda de 10% nas comercializações no primeiro trimestre de 2020 com relação ao mesmo período do ano passado – a culpa é da pandemia, que deve ainda afetar o segundo trimestre deste ano. O cenário foi apresentado no 8º Censo Imobiliário de Belém e Ananindeua, no final de março deste ano.

Segundo o presidente do Sinduscon-PA, Alex Carvalho, os resultados apontados no estudo trouxeram indicadores bastante sólidos, uma vez que a participação das empresas do mercado imobiliário tem sido cada vez maior, e isso qualifica muito a pesquisa e traz como um elemento diferencial na tomada de decisões do empreendedor. “Mas, de fato, os números já apontam o primeiro impacto da crise do coronavírus, ainda de forma incipiente, mas que já denotaram uma queda no índice de vendas e de lançamentos de um modo geral, considerando as unidades verticais e horizontais, unidades residenciais e comerciais”, detalha.

Fonte: O Liberal

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