A Amazônia Oriental é uma área que corresponde cerca de 20% do território nacional, envolvendo os estados do Pará, Amapá, Maranhão e parte norte do Tocantins até a cidade do Araguaína. Uma região rica em biodiversidade, com uma grande capacidade de produção de conhecimentos em temas voltados à ciência, segurança, ao desenvolvimento de pesquisas inovadoras que contribuam com o desenvolvimento sustentável, preservação da fauna e flora amazônica, assim como soluções para a humanidade. É neste caminho que o Comando Militar do Norte (CMN) está imbuído no desejo de contribuir efetivamente para o crescimento das pesquisas que envolvem benefícios diretos para a região.
O Núcleo de Estudos Estratégicos (NEE), lançado este mês pelo CMN em parceria com diversas instituições de ensino e pesquisa, está destinado ao fomento de iniciativas que contribuam com pesquisas científicas, mas também visando as áreas de segurança, defesa e ao desenvolvimento regional, abordando temas como: ‘Economia de Defesa na Região Amazônica’; ‘Conflitos Armados e Terrorismo na Pan Amazônia’, ‘Ameaças e Vocações Estratégicas’, com ênfase em soluções que tenham como perspectiva o cenário amazônico.
Dentre os parceiros do NEE, está o Instituto Evandro Chagas (IEC) que desenvolve estudos e pesquisas nas áreas de ciências biológicas e medicina tropical, com reconhecimento nacional e internacional. Para a Giselle Rachid, assessora técnica científica da direção do IEC e pesquisadora em saúde pública, o Exército é um grande aliado no apoio ao desenvolvimento científico. “Os militares do Exército podem, a título de exemplo, apoiar as pesquisas do IEC tanto na organização e planejamento da logística no campo, em especial nas áreas de fronteiras, bem como no auxílio às ações de saúde. Neste sentido, os projetos com foco na saúde global, estratégia one health (saúde única) e medicina do viajante e migrante, com foco nas ações de prontidão, prevenção, vigilância e respostas oportunas, alertas epidemiológicos e gerenciamento de emergências em saúde pública apresentam importante aderência aos objetivos estabelecidos para o NEE do CMN”, explicou a pesquisadora.
Em contrapartida, em qualquer operação militar em área de selva, dentre os desafios estão as doenças tropicais como Malária, Doença de Chagas, Dengue, Leishmaniose, parasitoses intestinais, além das doenças de pele como escabioses e Erisipela. Todas são doenças típicas que podem acometer a tropa durante longas operações na floresta Amazônica. “A gente precisa conhecer melhor o ambiente que a tropa atua, as áreas endêmicas e como devemos evitar certas áreas. Temos que entender melhor que tipo de profilaxia é necessária para entrar no ambiente operacional. A interação com o IEC favorece e facilita o planejamento detalhado das operações”, destacou o Coronel Sérgio Rendeiro, chefe da comunicação estratégica do CMN.
Não há descoberta sem expedição
As expedições científicas são essências no processo de produção de conhecimento. Não há descoberta se não tiver a imersão na floresta para observar espécies, fotografar, coletar dados e gerar relatórios.
Nilson Gabas Junior é diretor do Museu Paraense Emílio Goeldi, instituição de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações do Brasil, que também é parceira do Núcleo de Estudos Estratégicos do CMN. Ele relembrou expedições realizadas com o apoio do Comando Militar do Norte, onde militares do Exército contribuíram para facilitar o acesso dos pesquisadores na Floresta Nacional de Altamira – Parque Nacional do Jamanxim e no Parque Nacional da Serra do Pargo, localizado na região chamada de Terra do Meio, no estado do Pará, na Amazônia brasileira. O resultado foi mais de 900 espécies de fauna e flora catalogadas na região. “Muito se fala, mas pouco se sabe sobre a Amazônia. Com a ajuda dos militares nos auxiliando, provendo infraestrutura adequada, capacidades e capacitação específicas para nos ajudar na logística, tem sido fundamental para gente levar pesquisadores aonde tem vazio de conhecimento e descobrir o que existe lá”, destacou.
Outro viés de relevância dentro deste processo de expedições e operações na Amazônia está o contato com comunidades tradicionais. O Comando Militar do Norte está presente em áreas de fronteira com outros países, territórios de difícil acesso e com a presença de povos indígenas. Como é o caso do Pelotão Especial de Fronteira de Tiriós, localidade no estremo norte do Pará que faz fronteira com Guiana Francesa e Suriname. Não existe acesso por terra, uma área isolada, cercada por floresta, aonde se chega apenas de aeronave.
“As instituições de ensino e pesquisa são um caminho para contribuir com o sucesso das nossas operações. A troca de experiências entre militares e pesquisadores faz com que se amplie a nossa linha de ação a partir do conhecimento compartilhado sobre ambientes selváticos, particularidades de indígenas, comunidades tradicionais, entre outros aspectos que podem ser decisivos em operações militares e expedições científicas”, concluiu Coronel Sérgio Rendeiro.
Fonte: Comunicação Estratégica do CMN
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Excelente é necessária iniciativa. Parabéns ao Comando Militar do Norte e àqueles que estão implementando essa ação.