A rede estadual de saúde pública do Pará está com 52,7% dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) ocupados de um total de 260. Já a ocupação de leitos clínicos está em 23,3% de um total de 515. Há exatamente um mês, 47,7% dos leitos de UTI estavam ocupados, enquanto somente 17,1% dos leitos clínicos estavam na mesma condição.
Na média móvel de casos, o último boletim da Secretaria de Saúde do Pará (Sespa) registrou 124,9 casos/dia, uma redução de 57% quando comparada com 14 dias atrás, que apresentou 292,5 casos no dia 13 de outubro. No momento, metade dos estados brasileiros estão com taxas de ocupação abaixo dos 50% nos leitos de UTI.
O Hospital de Campanha, no Hangar, está operando com 37% do leitos ocupados. A professora Joana D’Arc Medeiros disse que o número baixo de pessoas no local tem permitido um fluxo de informações ágil. A mãe dela, de 80 anos, está há 13 dias sendo acompanhada pelos médicos. “É muito bom ver a prestatividade e rapidez de todos os funcionários. Se a minha mãe tivesse adoecido antes, talvez o cenário fosse outro. Estou tranquila porque sei que o hospital não está lotado e ela está sendo bem tratada”, conta ela que é de Baião, município que fica a 204km de Belém. “A estrutura lá é pequena. Eles acharam melhor trazer ela para cá. Está difícil, pois estamos gastando muito dinheiro. Mas sei que ela fica feliz ao saber que estou aqui, mesmo por vídeo-chamada”, comenta Joana, que ficou amiga dos enfermeiros, que levam os recados dela para a mãe e vice-versa.
A dona de casa Lúcia Santos estava bem, mas a filha de 22 anos passou mal na noite da última terça-feira: sentiu febre, dor de cabeça, no corpo e deu indícios de desmaio. “Cheguei com ela mas mandaram eu voltar para fazer uma tomografia para avaliar o pulmão dela”, comentou preocupada. Os médicos entenderam que não era caso para internação. Enquanto Lúcia entrava com os exames da filha, quem saía era Jacicleia Craveiro, auxiliar de serviços gerais. Ela foi ao Hangar saber informações sobre a irmã, que tem 73 anos e está há 9 dias na UTI. Ela considerou o atendimento excelente. “A gente percebe que não está mais a mesma aflição dos primeiros meses. Os profissionais da saúde daqui dão atenção para todos e se Deus quiser vai continuar assim, com poucas pessoas precisando de leito”, disse ela.
Na quarta-feira (28), a Sespa registrou 84 novos casos de covid-19 no Pará e dois óbitos
Fonte: O Liberal