Os golpes na internet e com uso de celulares se tornaram cada vez mais comuns na pandemia. Conforme avançam os benefícios trazidos pela tecnologia, a atenção também precisa ser redobrada. De janeiro a setembro de 2020, o Brasil registrou mais de 3,4 bilhões tentativas de ataques na internet, segundo apontam dados da empresa Fortinet Threat Intelligence Insider Latin America, que analisa incidentes de segurança cibernética.
O delegado Guilherme Gonçalves, titular da Divisão de Combate a Crimes Econômicos e Patrimoniais praticados por Meios Cibernéticos, explica que a maior parte dos crimes ocorre por meio de clonagem de WhatsApp, ou da utilização de outros números em que os criminosos se passam por pessoas próximas às vítimas. “Desconfie de solicitações feitas que não são um padrão da pessoa que você conhece. Atenção quando alguém aparece de uma maneira vulnerável e não atende ligação, só fala por escrito” ressalta.
Os criminosos utilizam diversos transmissores para os ataques. Computadores, celulares, redes sem fio e e-mails são umas das formas que alguém pode se tornar vítima. O mais comum é o phishing, que consiste no envio maçante de mensagens e e-mails falsos com o intuito de roubar informações dos usuários, como senhas e dados pessoais.
Para alertar contra os riscos dos crimes praticados em ambiente virtual, a Universidade Federal do Pará (UFPA), por meio do CSIRT (Grupo de Resposta a Incidentes de Segurança da Informação), tem disponibilizado orientações que possam alertar sobre os cuidados ao realizar atividades virtuais.
“Esse é um tipo de golpe mais sofisticado e a atenção tem que ser intensificada em função de vazamentos de dados. Com informações pessoais dos usuários e mais o cruzamento de dados, criminosos falsificam documentos para se passar pela identidade da vítima, criar conta em banco e fazer empréstimos”, explica o coordenador da comissão do CSIRT , Rômulo Albuquerque.
Para que isso não ocorra, é fundamental prestar atenção aos links acessados, já que na maioria das vezes, é alterado apenas um caractere na URL original para parecer com o link correto. Outro tipo de crime crescente é a falsa renegociação de dívida. Os criminosos entram em contato com a vítima, se passando por funcionários do banco e oferecem propostas vantajosas.
As instituições bancárias não entram em contato com clientes para pedir números de senhas e acesso aos aplicativos, desconfie quando as solicitações e as ofertas não são feitas pelos canais oficiais. Caso tenha caído em algum golpe ou conheça alguém que passou por esses tipos de situações descritas, o primeiro passo a ser feito é formalizar uma denúncia. “Para maior comodidade, a denúncia pode ser feita pelo site da delegacia virtual do estado e encaminhar para os suportes dos aplicativos. As providências serão tomadas por cada empresa e coibir futuros crimes nos ambientes virtuais. Atente-se para as exposições em redes sociais e monitore os mais idosos, elas são as principais vítimas dos criminosos” finaliza o delegado.
Confira 10 dicas para deixar o ambiente virtual mais seguro:
1- Cuide de suas redes sociais, ela é a principal vitrine para criminosos. Evite postar rotinas de trabalho, localizações e informações que possam comprometer a sua segurança;
2- Evite anotar senhas em celulares e computadores. Faça o possível para decorar as senhas e não precisar recorrer à anotações;
4- Apenas acesse links se for um site seguro e que conste o cadeado no localizador. Atenção para a grafia do link ou site enviado para acesso. Os que são fraudes ficam parecidos com os originais;
5- Evite utilizar a mesma senha para finalidades diferentes, em vários aplicativos;
6- Compre um antivírus para os meios eletrônicos. Mantenha o sistema operacional e softwares de proteção atualizados;
7- Ative todos os mecanismo de segurança do celular, a verificação em duas etapas no dispositivo;
8- Desconfie de links enviados por SMS e, principalmente, de ofertas milagrosas;
9- Não repasse dados bancários por ligações e SMS suspeitos. Instituições financeiras não costumam entrar em contato dessa forma;
10- Por fim, cuidado ao inserir o celular ou pen drive em aparelhos eletrônicos desconhecidos e compartilhar com seu computador ou da empresa. Em ambiente corporativo, se você não souber a procedência, deve enviar o material para equipe de Tecnologia da Informação responsável.
Fonte: O Liberal