A derrubada da Amazônia segue batendo novos recordes negativos mesmo durante o período chuvoso na região, chamado de “inverno amazônico”. Apenas em novembro, foram desmatados 590 km², 23% a mais do que no mesmo mês do ano passado. Com isso, o acumulado desde janeiro chegou a 10.286 km², o que equivale à devastação de 3 mil campos de futebol por dia. Essa é a pior marca para o período em 15 anos.
Assim como o acumulado do ano, o desmatamento em novembro foi o pior desde 2008, quando o Imazon implantou seu Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), que monitora a floresta por imagens de satélite. E quase metade da derrubada registrada no mês em toda a Amazônia ocorreu apenas no Pará: 276 km² (47%).
O aumento da devastação tem ameaçado cada vez mais a maior árvore da América Latina e a quarta mais alta do mundo: um angelim-vermelho localizado na Floresta Estadual (Flota) do Paru, no norte do Pará. Em novembro, essa unidade de conservação foi a terceira mais desmatada de toda a Amazônia.
De responsabilidade do governo do Pará, o território sofre com o avanço do garimpo e da grilagem que colocam em risco não apenas a árvore recordista, mas também um santuário de angelins com alturas superiores a 70 metros. Além de prejudicar centenas de famílias que dependem do extrativismo da castanha-do-pará na Flota Paru. Motivo que levou o Imazon a lançar a campanha #ProtejaAsÁrvoresGigantes, que pede providências urgentes da gestão estadual.
O Mato Grosso ocupou a segunda colocação, com 82 km² de floresta destruídos (14%), e o Amazonas a terceira, com 66 km² (11%). Juntos, esses estados somaram 72% de toda a devastação na Amazônia Legal.
Fonte: Roma News