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Dia de conscientização do Autismo será celebrada com doações de cestas básicas

Foto: Divulgação
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Organização das Nações Unidas (ONU) definiu todo 2 de abril como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. A ideia é chamar a atenção da mídia e da sociedade para o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). No Pará, as comemorações, por conta da pandemia causada pelo coronavírus, serão feitas em forma de solidariedade, com a doação de cestas básicas e de material de limpeza à famílias necessitadas.

Para a coordenadora Estadual de Políticas para o Autismo, Nayara Barbalho, fundadora do grupo Mundo Azul, que reúne mães de autistas, o Brasil contou com avanços importantes nos últimos anos, como a Lei Berenice Piana (12.764/2012), que instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA). “Essa lei inseriu o autismo como deficiência. Aqui no Pará, o ano de 2019 foi muito importante, especialmente em relação à visibilidade dessa causa”, avalia.

Uma das principais conquistas nesse sentido, segundo ela, foi à instituição de um Grupo de Trabalho (GT) de Estudos e de Ações relacionadas ao TEA, no ano passado, para discutir as ações de políticas públicas voltadas ao tema. “Após reuniões e visitas técnicas realizadas pelos membros do GT em centros de referência, deu-se o início das obras do primeiro Centro Especializado em Transtorno do Espectro do Autismo (Cetea), mantido pelo Governo do Estado com previsão de inauguração para este ano”, cita.

O Centro terá como objetivo fazer o atendimento nas áreas de saúde, educação e assistência social, sendo um modelo de política para os demais municípios e estados brasileiros. “O projeto contou com a adesão e apoio da maioria dos deputados federais e senadores com emendas parlamentares, independentes de partidos e deve ser entregue ainda neste primeiro semestre”, comemora. Ela destaca também a participação do grupo na Feira do Livro 2019. “Participamos com um estande informativo e tivemos um retorno muito bom, porque acreditamos que só existe inclusão se houver informação”, ressalta.

Em termos de inserção das pessoas com autismo no mercado de trabalho, Nayara também aponta avanços. “Através de uma parceria com o Sebrae, voltada para o empreendedorismo das pessoas com autismo e seus familiares, resultou em um estande na Feira do Empreendedor para que essas pessoas pudessem apresentar seus produtos, nos ajudando a inseri-las no mercado de trabalho”, afirma. Foi publicado em novembro do ano passado, um decreto estadual que institui o selo da empresa amiga do autista.

ESPECIALIZAÇÃO

O grupo comemora ainda a instituição da especialização em Autismo do Estado, fruto de uma parceria entre Universidade do Estado do Pará (Uepa) e Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). “Será a primeira especialização em autismo no Pará, totalmente gratuita e que servirá também para capacitar servidores estaduais”, comemora.

No último mês de janeiro foi instituída, no âmbito da Secretaria Estadual da Saúde (Sespa), a Cepa – Coordenação Estadual Políticas para o Autismo, que coordenará ações intersetoriais nos âmbitos da saúde, educação e assistência social.

Ainda nesse semestre, de acordo com a coordenadora estadual, será iniciado o cadastro para a emissão da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea) instituída pelo governo Federal, que além de garantir os direitos da pessoa com TEA, ajudará a mapear a demanda no Estado. “Esse cadastro começaria justamente no dia 2 de abril, mas por conta da pandemia, tivemos que suspender para evitar a aglomeração de pessoas e, em outra oportunidade iniciaremos esse cadastro”, justifica.

Busca por ajuda é importante neste momento

Para não deixar a data passar em branco, apesar da pandemia, o grupo decidiu fazer doações de alimento e material de limpeza. “Pensamos no que o mundo mais precisa nesse momento, que é de empatia e solidariedade e decidimos fazer uma ação solidária. Hoje (2), entregaremos no CIIR (Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação) 150 cestas básicas para famílias de pessoas com autismo atendidas por esse centro e também cestas com material de limpeza para o Abrigo Calabriano, que atende pessoas com deficiência, numa ação da Cepa em parceria com o Tribunal de Contas do Município e Grupo Mundo Azul”, detalha Nayara.

A psicóloga clínica do CIIR, Carla Andreza Silva ressalta que embora os autistas não façam parte do grupo de risco por essa condição, a recomendação é para que todos fiquem em casa. “Sabemos que especialmente essa questão é delicada para os autistas, porque precisam manter uma rotina, e isso ajuda a acalmá-los e, sem isso, muitos se sentem estressados e isso nos preocupa”, afirma.

Por isso, a primeira dica da psicóloga é procurar buscar a tranquilidade. Para as crianças que fazem tratamento no CIIR, a psicóloga explica que estão sendo produzidos materiais de apoio pela equipe de reabilitação com vídeos informativos e de atividades. Para as famílias em geral que têm um autista em casa, a psicóloga aconselha que busquem as suas redes de apoio para que possam lidar melhor com esse momento. “É importante ter uma ajuda especializada. Algumas instituições estão disponibilizando esse atendimento de forma gratuita como é o caso da Universidade Federal do Pará e o Conselho Regional de Psicologia. Nós do CIIR também estamos preparando vídeos que buscam dar orientações gerais em relação à saúde mental para as pessoas em nossas redes sociais”, diz.

Fonte: DOL

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