Mesmo fora dos anos eleitorais, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Pará segue trabalhando para garantir eleições seguras, democráticas e bem organizadas. Engana-se quem pensa que só há serviço para ser feito de dois em dois anos. Prova disso é o Sistema de Testes Exaustivos que é realizado todos os dias do ano com as 20.500 urnas eletrônicas que ficam no Pará, em depósito localizado em Ananindeua. Por dia, 14 funcionários testam 40 urnas em uma bateria de 36 avaliações, que vão desde imagem e teclado até hardware e bateria. O processo dura seis horas diárias.
“Todos os componentes eletrônicos são testados. Já os testes de hackers são feitos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Inclusive em novembro estava aberto o período de inscrições para profissionais da área serem convocados para tentar burlar ou hackear o código-fonte, o sistema da urna. Antes o código-fonte era disponibilizado seis meses antes e agora é um ano antes, com os partidos livres para analisar o sistema”, conta Alessandro Cruz, secretário de tecnologia de informação do TRE.
Avaliações
Cada urna passa por entre 3 e 4 avaliações e manutenções ao ano. A maioria das urnas paraenses, 14 mil delas, são de 2009. Para o pleito de 2022, apenas 2.800 delas serão mantidas, pois o TSE irá renovar o estoque com modelos mais recentes e ainda o aumentará em 16% – subindo o número total de aparelhos para aproximadamente 24 mil.
“É um aumento significativo que vai ajudar e muito na qualidade e celeridade das eleições. A gente sempre busca manter a urna ativa do ponto de vista operacional, mas a vida média da urna é de 10 anos. Vamos receber 10 mil urnas no total, parte esse ano, já prontas, e parte ano que vem, que ainda estão sendo fabricadas”, diz Cruz.
Paulo Santos é o encarregado do depósito de urnas e trabalha desde 2006 no TRE. Ele afirma que o trabalho para o próximo pleito inicia assim que o pleito anterior acaba. Além disso, há as eleições suplementares, quando um pleito em algum município é anulado. É o caso de Tomé-Açú, que volta às urnas no dia 7 de novembro e para onde o TRE já mandou 200 urnas para eleitores e 14 urnas para o treinamento de mesários. Nos pleitos regulares, que costumam ocorrer em outubro, muitas urnas são enviadas ainda em agosto, por causa das grandes distâncias no Pará.
Defeitos
“Mandamos todas as urnas com bastante antecedência. Nessa parte aqui ficam as urnas onde dão os defeitos e a equipe corretiva faz a mudança de placa, correção do sistema. Todas as que dão defeito são separadas. Tem todo tipo de defeito, desde biometria, hardware, teclado. A empresa contratada então tem prazo de 30 dias para reparar a urna e ela então voltar para o parque e ser utilizada na próxima eleição sem nenhum tipo de problema”, conta Santos, ao lembrar que as urnas podem ficar até 12 horas funcionando sem energia elétrica, em localidades com pouco acesso à luz ou que sofram com quedas repentinas de energia.
Alessandro afirma que as pessoas ficam curiosas quando ele diz que trabalha com as urnas. Ele lembra que a lisura do processo eleitoral é garantida e que a urna é inviolável, pois não está conectada à internet.
“Além disso, temos também uma votação paralela no dia da eleição para fazer auditoria em tempo real na urna eletrônica ao longo da eleição. São sorteadas quatro urnas que passarão por esse processo de checagem no dia da eleição. São digitados os votos dos candidatos no pleito e ai fazemos a checagem da votação paralela. Tudo exibido ao vivo no Youtube”, lembra ele.
Para a presidente do TRE, Luzia Nadja Guimarães, o planejamento integrado das eleições de 2022 que o Tribunal vem exercendo é fundamental para garantir um pleito pacífico e sem problemas.
“Várias ações já estão sendo desenvolvidas no sentido de atender as eleitoras e os eleitores para que eles possam exercer o direito tão significativo que é votar e concretizar mais uma vez nas urnas a democracia. Estamos ouvindo pessoas para poder desenvolver melhor a logística para a próxima eleição. Os chefes de cartório estão sendo reunidos, com encontros setoriais para discutirmos diversos assuntos, ciom mesário, mídia social, logística. E é importante dizer que iniciamos o Atendimento Itinerante, indo para regiões mais distantes do nosso atendimento nas zonas eleitorais, no sentido de estar mais próxima do eleitor e fazer o atendimento para que ele possa regularizar a situação com o tribunal”, conta.
Fonte: O Liberal