O distrito brasileiro mais distante de uma sede municipal – a 1,1 mil quilômetros de distância -, localizado em Altamira, no Oeste do Pará, o maior município do País em extensão territorial, conta há mais de um ano e meio com o Hospital Geral Público de Castelo de Sonhos “João Trevian Sobrinho”. A unidade é referência para diversas especialidades e atende em regime de portas abertas nas 24 horas. Entregue pelo governo do Estado, o Hospital já realizou mais de 17 mil atendimentos, entre consultas e procedimentos cirúrgicos, de janeiro de 2021 a janeiro deste ano.
Por muito tempo, a população de Castelo de Sonhos (hoje superior a 21 mil habitantes) contou apenas com uma Unidade Básica de Saúde (UBS), o que obrigava os moradores a se deslocarem ao município de Novo Progresso, a mais de 150 quilômetros de distância, ou até para o Estado do Mato Grosso, quando se tratava de casos mais graves.
Louhanna Silva, diretora-geral do Hospital Geral Público, informa que, desde sua abertura, o número de pacientes atendidos por mês foi aumentando, muito em função das especialidades disponibilizadas, incluindo cirurgia geral, ortopédica e ginecologia/obstetrícia. “Chegamos a realizar 2 mil atendimentos por mês só nessa demanda de portas abertas, entre ambulatoriais e cirúrgicos”, acrescenta a gestora.
Demandas – Os moradores de Castelo de Sonhos contam no Hospital Geral com serviços de clínica geral, ginecologia, obstetrícia, ortopedia, cardiologia, anestesiologia, cirurgia geral e pediatria. “As demandas mais frequentes são na parte de ortopedia, já que há muitos empreendimentos que lidam com madeira no entorno, e consequentemente ocorrem muitos acidentes. Também na ginecologia, acabamos virando referência”, confirma Louhanna Silva, que comanda diariamente uma equipe com cerca de 200 profissionais, das áreas médica e administrativa.
Na unidade de saúde, administrada pela organização social Instituto Social Mais Saúde, também são realizados exames de análise clínica, eletrocardiograma, radiologia, análise patológica, colposcopia, ultrassonografia c/Doppler e ultrassonografia.
As obras iniciadas em agosto de 2014 foram concluídas somente em abril de 2020, já pela atual gestão, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (Sedop), totalizam 3,4 mil metros quadrados de área construída.
Louhanna Silva garante que a marca da unidade hospitalar é a ênfase no acolhimento e atendimento humanizado, algo que faz toda a diferença e que antes não existia no distrito de Castelo de Sonhos. “Vamos muito além de apenas oferecer serviços médicos, e a população tem sentido isso. Nas nossas pesquisas de satisfação os pacientes relatam experiências positivas, elogiam; fazem também nas redes sociais”, afirma.
Em um mês, o hospital estadual realiza até 60 cirurgias, e as perspectivas futuras são ampliar a capacidade de assistência e internação, além do número de especialidades ofertadas. Atualmente, são 21 leitos clínicos, que fizeram a diferença à época de sua entrega, quando a região enfrentava a alta de contaminações pela Covid-19. “Ficamos até março de 2021 praticamente atendendo só casos da doença. Dali em diante passamos a funcionar no perfil original, mas mantemos um leito de isolamento e atuamos também nas transferências de pacientes contaminados pelo vírus, quando há necessidade, para o Hospital Regional do Tapajós, em Itaituba”, detalha a gestora.
Fonte: Agência Pará