Um empresário do ramo de restaurantes em Altamira, no sudoeste do Pará, identificado como Francisco das Chagas, está sendo acusado de disparar com uma espingarda de pressão contra uma criança autista de 12 anos. O caso aconteceu na noite da última terça-feira (16 de setembro de 2025), no bairro São Sebastião, e gerou forte repercussão na cidade.
De acordo com familiares, o disparo teria ocorrido após o empresário se irritar com um grupo de crianças que brincava e fazia barulho em frente ao seu estabelecimento. A vítima foi socorrida pela mãe e levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde exames revelaram que um chumbinho estava alojado em seu braço. O garoto não corre risco de morte.
Além disso, a mãe de outra criança, de 11 anos, também acusa Francisco de ter agredido seu filho com um pedaço de madeira. Ambas as vítimas passaram por exames de corpo de delito e os casos foram denunciados à Polícia Civil.

Francisco das Chagas – acusado
Na quinta-feira (18/9), o empresário se apresentou espontaneamente na delegacia, acompanhado de um advogado, e confessou ter efetuado o disparo. Ele alegou, no entanto, que não sabia que se tratava de uma criança. Sobre a segunda acusação, negou qualquer envolvimento. Após prestar depoimento por cerca de uma hora e meia, Francisco foi liberado, já que não havia mandado de prisão contra ele. O inquérito segue em andamento.
Na manhã de sexta-feira (19/9), familiares das vítimas, representantes de movimentos sociais e a Associação do TEA’s do Xingu realizaram uma manifestação pacífica em frente à Delegacia de Polícia Civil de Altamira, pedindo justiça e a prisão do acusado. Os manifestantes exibiram faixas e cartazes e uma comissão foi recebida pela delegada responsável pelo caso, Tatiana, que apresentou informações sobre o andamento das investigações.

A presidente do TEA’s do Xingu, Alana Trezciak, disse que a categoria cobra uma resposta efetiva das autoridades. Já a mãe da criança baleada, Jaíne Araújo, desabafou durante o protesto: “É um sentimento de revolta, porque a pessoa que comete um crime desse agora escolhe o dia em que vai comparecer à delegacia. Isso me deixa muito indignada.”
O caso segue sob investigação da Polícia Civil de Altamira.
Por Wilson Soares – A Voz do Xingu






















