Dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Federação do Comércio do Pará (Fecomércio), mostram que em um ano, considerando especificamente o mês de agosto, o percentual do número de famílias endividadas no Pará com carnês e cartões de lojas de varejo e a inadimplência caiu de 65,1% (agosto de 2021) para 64,9% (agosto de 2022).
O levantamento da Fecomércio mostra outras reduções no nível de dívidas das famílias paraenses, contudo, os percentuais seguem um histórico alto nos últimos 12 meses. Por exemplo, em janeiro deste ano, 30,1 % dos grupos familiares tinham dividas ou contas em atraso. Agora, em agosto passado, esse percentual caiu para 28,6%, em agosto do ano passado, esteve em 31,1%.
Também houve queda no número de famílias que não terão condições de pagar os compromissos financeiros. Esse percentual em janeiro, deste ano de 2022, era de 14,9%; em agosto passado esse percentual ficou em 8,2%, uma redução de quase seis pontos percentuais. Já em agosto de 2022, o percentual foi de 15,7%.
Pequena reação econômica
Economistas atribuem a pequena reação econômica ao chamado pós-vacinação contra a pandemia da covid-19, que ampliou o retorno das atividades econômicas, e com isso, reaqueceu a pequena economia, mantendo um melhor índice de renda entre os grupos familiares.
De acordo com a Fecomércio, ainda, o tempo médio com pagamentos em atraso, praticamente, se manteve no comparado entre janeiro deste ano (63,5%) e agosto passado (63,9%). O mesmo ocorreu com o tempo médio de comprometimento com dívidas, que é medido em meses e quase não apresenta diferença entre janeiro de 2022 (7,6) e agosto passado (7,3).
Renda comprometida
Conforme a Fecomércio, em janeiro de 2022, 30,2% das famílias no Pará apresentavam dívidas a vencer em diversas modalidades financeiras do comércio, como cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, entre outros. Esse percentual subiu para 31,4% em agosto de 2022, enquanto, em agosto de 2021 foi de 29,4%.
Neste ano, a alta no endividamento direto em lojas do varejo apresenta um histórico sempre a maior entre as famílias com renda até 10 salários de rendimento mensal, se comparado este grupo com famílias que recebem mais de 10 salários mínimos. Como exemplo, consta no estudo da Fecomércio que em agosto passado o percentual total de famílias com renda até 10 salário mínimos foi de 65%, já as com renda maior do 10 salários mínimos foi de exatos 64%.
A pesquisa registrou também que em agosto deste ano, 30,3% das famílias com renda até 10 salários mínimos tinham contas em atraso, já os grupos familiares com renda mensal superior a 10 s.m., eram 12,8%.
Numa condição mais agravada financeiramente, em agosto deste ano 9,6% de famílias com renda até 10 s.m., disseram que não terão condição de pagar os débitos. No entanto, este cenário foi ainda pior no ano passado, com o percentual de 16, 9%. Já os grupos com renda familiar superior a 10 s.m. não apresentaram esta dificuldade, em agosto deste ano; e em agosto de 202, eles tinham o percentual de 4,5%.
Fonte: O Liberal