A enfermeira P.F.V descobriu, na tarde desta segunda-feira (4), que pode ter sido uma das vítimas do falso processo seletivo do Hospital Geral de Belém, do Exército Brasileiro. A jovem explica que recebeu contato telefônico de um homem que se identificou como o médico Júlio Nogueira. Ele seria chefe de uma suposta empresa terceirizada do hospital e responsável pela seleção dos novos profissionais da área de enfermagem.
Para concorrer às supostas vagas, uma das exigências do golpista era para que os candidatos realizassem dois cursos rápidos em uma empresa parceira, pertencente a outro homem, identificado como Geovanni Wandermuren de Oliveira Pinheiro. Para comprar os cursos, os candidatos deveriam transferir, via PIX, a Geovanni a quantia de R$ 550.
Feito isso, nesta segunda-feira (4), os participantes do falso processo seletivo foram convocados por Júlio a comparecer no Hospital Geral, onde seria realizada a etapa de admissão, uma vez que as supostas vagas seriam para início imediato.
Ao chegarem no local combinado, os candidatos descobriram, perguntando a alguns militares, que poderiam estar sendo vítimas de um golpe, pois na unidade de saúde ninguém conhecia os dois homens, muito menos o processo seletivo e as supostas empresas terceirizadas.
“O Júlio tinha pedido para estarmos hoje, com toda nossa documentação, lá no hospital. Quando já estávamos na recepção, nós ligamos e ele pediu para a gente esperar que ele já estava chegando. E, depois disso, ele desapareceu. Procuramos nos informar e os militares nos disseram que isso poderia ser golpe. Ninguém conhecia eles dois, ninguém sabia da existência de empresas terceirizadas, nem do processo seletivo”, contou a enfermeira.
As supostas vagas chamaram atenção de pessoas já empregadas, como Priscila, devido ao bom salário de R$ 4.500,00 oferecido, acrescido de gratificações. “Eu me interessei porque estava buscando uma segunda oportunidade, um complemento para a minha renda. Achei muita ousadia da parte deles”, desabafou.
Um boletim de ocorrência virtual foi registrado sobre o caso, que deve ser investigado pela Polícia Civil. Por meio de nota, o Comando Militar do Norte (CMN) informou que não exige qualquer tipo de curso preparatório para os seus processos seletivos. O comunicado diz, ainda, que as pessoas citadas são desconhecidas do quadro de militares e funcionários da instituição.
“O CMN lamenta o ocorrido e se solidariza com os profissionais lesados. Nessas situações, a recomendação é procurar os órgãos de segurança pública e denunciar os envolvidos”, orientou o comando.
A instituição esclareceu que todos os processos seletivos estão disponíveis no site da 8ª Região Militar (www.8rm.eb.mil.br) para militares temporários. Já para os interessados em assumir uma função de carreira, as informações estão disponíveis no site do Exército (www.eb.mil.br).
Fonte: O Liberal