A pesquisa mais recente sobre automedicação, divulgada em outubro do ano passado, pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), revela que, no Brasil, 79% das pessoas com mais de 16 anos admitem tomar medicamentos sem prescrição médica ou farmacêutica. O índice é ainda maior na faixa etária dos 25 aos 34 anos: 91% se expõem aos riscos da automedicação. O número é o maior desde que a pesquisa passou a ser realizada, em 2014, quando 76,2% revelaram que adotavam a prática.
Preocupado com esse cenário, o farmacêutico do Hospital Geral de Ipixuna (HGI), Rosberg Magalhães, alerta para o uso indiscriminado de remédios, que pode ser considerado um problema de saúde pública, já que uma das consequências da automedicação é o agravamento de doenças que acabam sendo mascaradas pelo alívio imediato da dor ou desconforto. Segundo ele, alguns medicamentos podem, inclusive, esconder determinados sintomas, diminuindo as chances de um diagnóstico médico preciso.
“A falta de conhecimento ao administrar uma medicação pode ocasionar danos irreparáveis para a saúde do paciente. As interações de remédios podem gerar reações adversas e, dependendo da gravidade, podem ocasionar sequelas irreparáveis ao indivíduo ou até mesmo levar a óbito”, destaca Rosberg.
Pesquisa
Ainda de acordo com a pesquisa do ICTQ, dor de cabeça, febre e resfriado estão entre os principais sintomas que levam as pessoas a tomar remédios por conta própria. Os analgésicos, os anti-inflamatórios e os relaxantes musculares lideram entre mais consumidos sem prescrição médica.
Segundo Magalhães, a automedicação contínua também pode desencadear diversos problemas de saúde, como gastrite medicamentosa, insuficiência renal e hepática. “O risco é sempre alto, por conta de diversos fatores relacionados aos medicamentos, que têm a capacidade de interferir na ação de determinados fármacos”, explica.
Entre os principais riscos temos as intoxicações, alergias, dependências de determinadas drogas e resistência aos antibióticos, que devem receber atenção redobrada, pois, quando ministrados de forma incorreta, podem, inclusive, aumentar a resistência dos micro-organismos, comprometendo a eficácia do tratamento.
A venda livre nas farmácias permite que qualquer pessoa compre um analgésico, no entanto, vale lembrar que um simples remédio para dor de cabeça pode ocasionar problemas mais graves. Daí, a importância de conscientizar sobre o assunto e não consumir medicamentos por conta própria ou indicação de pessoas não habilitadas.
“O correto é sempre procurar um médico para prescrever o remédio mais adequado, de acordo com o biótipo do indivíduo. Na ausência do profissional médico, hoje temos os consultórios farmacêuticos, que agilizam, tiram dúvidas e ajudam na administração correta”, acrescenta o farmacêutico Magalhães.
Fonte: Portal Roma News