O Portal A Voz do Xingu teve acesso, com exclusividade, a fotos e vídeos que mostram a retirada nesta quarta-feira, (17/03), dos equipamentos eletrônicos do Cartório que há 16 anos funcionava nas instalações do Hospital Geral de Altamira, também conhecido como Hospital do Mutirão. O cartório registrava crianças que nasciam naquela unidade hospitalar e funcionou até esta quarta.
De acordo com que foi apurado pelo Portal, os equipamentos, que pertencem ao Cartório do 3º Ofício, foram recolhidos devido à não renovação do convênio no valor mensal de R$ 3.400,00 (três mil e quatrocentos reais) entre a Secretária de Saúde de Altamira e uma empresa terceirizada de informática, para cobrir os custos operacionais do sistema. A informação repassada a nossa equipe é que desde o início desta gestão, a empresa que cuida dos equipamentos não teria recebido mais nada.
A instalação do Cartório no Hospital Municipal de Altamira aconteceu em 2005, na gestão da então prefeita Odileida Sampaio, mediante aprovação em plenário no Conselho Municipal de Saúde. “Isso foi um direito garantido dos Movimentos de Mulheres, das Conferências Municipais e Estaduais. Foram pactuações firmadas”, disse uma sindicalista do movimento.
Em média o Cartório no hospital registrava cerca de 150 crianças por mês. A partir de agora e em plena pandemia, os pais, inclusive algumas mães operadas, terão que procurar atendimento na sede do Cartório, que fica na Rua Magalhães Barata, aumentando assim o fluxo de pessoas atendidas naquele local. “O registro, por lei, deve ser realizado logo após o nascimento e de forma gratuita, e a família tendo acesso ao cartório no próprio hospital facilitava muito”, explica uma assistente social que não quis se identificar.
A cada registro de nascimento feito no Hospital, o município de Altamira ainda recebia do governo federal a quantia de R$ 47,00.
O Portal A Voz do Xingu entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Altamira solicitando um posicionamento da Secretaria de Saúde, mas até o fechamento desta matéria eles não tinham respondido.
Caso tenhamos um retorno da ASCOM da PMA, atualizaremos a matéria.
Por Wilson Soares – A Voz do Xingu