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Família de jovem que teve carro alvejado durante blitz em Altamira pede esclarecimentos

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A família de um jovem que teve o carro alvejado por pelo menos 4 disparos de arma de fogo por policiais militares depois de fugir de uma blitz que aconteceu na entrada do bairro Jatobá, na madrugada de sexta-feira, 17 agosto,  em Altamira no sudoeste do Pará, quer esclarecimentos e pede que sejam tomadas medidas para evitar outras abordagens como essa.

O jovem que não será identificado por razões de segurança, é um estudante de enfermagem e estava em Altamira de férias. Segundo a família, que também pede para não ser identificada, ele estava em um aniversário na noite de quinta-feira, 16 de agosto. Ao ir embora, acompanhado de uma mulher e um bebê de um ano de oito meses, eles passaram por uma blitz que acontecia no bairro Jatobá. A blitz era do Detran com o apoio da Polícia Militar. O jovem acabou não parando durante a abordagem e foi perseguido pelos policiais militares do moto patrulhamento, que fizeram vários disparos de arma de fogo contra o veículo. Pelo menos 4 acertaram o carro. No boletim de ocorrência registrado por um policial militar na delegacia, e que a família teve acesso e repassou ao Jornal A Voz do Xingu, o relator do B.O. conta que “a guarnição da PM fez o acompanhamento, por cerca de quatro a cinco quilômetros, dando ordem de parada por várias vezes, porém o condutor do veículo desobedeceu às ordens e empreendeu fuga alta velocidade”. No trecho mais abaixo foi relatado que “o veiculo saiu do bairro Jatobá e somente parou na Rua 1, do bairro Aparecida, após ser alvejado no pneu; que houve a necessidade de três disparos para conter o veículo, em razão do risco que estava causando a terceiros”, registra o boletim.

Segundo a família, o jovem alega que ficou com medo de parar na blitz por estar com o documento do carro atrasado e ter ingerido um pouco de bebida alcoólica. E depois que começou a perseguição e os policiais começaram a efetuar os disparos ele ficou com medo de ser atingido pelos tiros. “Todo momento que ele entrava em uma rua escura ele tinha medo de parar”, conta a família do jovem.

Ainda de acordo com os familiares quando o veículo foi parado, o jovem contou que foi retirado do carro, passou por revista e permaneceu por pelo menos 20 minutos deitado no chão, algemado. “No momento da abordagem eles colocaram as pernas dele para trás, que ficou por mais de vinte minutos ali no chão, e todo o tempo os policiais perguntando cadê a droga? Cadê a arma? E não teve nada disso. A testemunha foi bem clara que não tinha nada. Então não tinha nada para incriminar ele que não fosse a questão do crime de trânsito”, disseram os familiares.

Eles contam ainda que ao perceber a movimentação da polícia, os moradores começaram a sair de suas casas, e uma mulher, que é amiga da família, reconheceu o jovem e conversou com os policiais, alegando que ele não era criminoso. Dali o jovem foi encaminhado a delegacia preso em flagrante. Entre os crimes, desobediência à ordem de parada.  “Quando nós chegamos na delegacia e vimos o carro alvejado, a gente pensou até que tinha acontecido o pior. Foi caindo à nossa ficha. Estava todo mundo abalado. Isso jamais pode acontecer. A gente acredita que isso tenha acontecido porque é um bairro afastado da cidade, porque recentemente teve uma perseguição de um traficante no centro da cidade, ele foi preso em flagrante delito por tráfico de drogas, mas o carro ficou intacto. Isso sim é uma perseguição correta”, argumenta a família.

O jovem já foi liberado e segunda a família está bastante abalado com o que aconteceu. Para os familiares, houve excesso na abordagem, colocando a vida de quem estava no veículo em risco.  “A gente vai tomar providências no sentido de representá-los, tanto os policiais quanto os agentes do Detran, para que eles se expliquem. E deixar bem claro que não é a ação do batalhão, foi a ação daqueles policiais, porque eu tenho certeza que o comando não é conivente com esse tipo de ação. Essa questão tem que ser resolvida e que sejam tomadas medidas, não só por ele, mas por outros jovens também”, finalizaram.

Foto e Texto: A Voz do Xingu

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