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Famílias reivindicam assentamento na zona rural de Vitória do Xingu/PA

Foto: Thaís Portela
Foto: Thaís Portela
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Cerca de 60 famílias ocupam uma área de mata, no km 40, localizada atrás da Comunidade São José, há 12 quilômetros de Vitória do Xingu. A mata virgem abriga estruturas improvisadas, lonas e redes. “Nós estamos dividindo isso aqui para cada homem, uma família dessa aqui, 150 metros de largura. Nós estamos querendo não pra criar gado, não é pra fazer gleba não!”, disse Antônio Campos dos Santos, um dos invasores.

O movimento na área é pacífico. Enquanto uns sonham com um pedaço de chão, outros vão abrindo a terra. Por aqui, as famílias reivindicam um assentamento, uma terra definitiva para plantar, trabalhar e tirar o próprio sustento. Seu Antônio está desempregado. O agricultor faz parte do movimento, e, espera ser assentado. “Nós estamos querendo reivindicar essa terra aqui pra nós trabalhar, pra produzir, criar pinto, galinha, macaxeira. Se o dono da terra provar que a terra é dele, com título de posse, a gente tá pronto pra abrir mão. Enquanto isso, a gente vai ficar aqui, esperando alguém dar uma resposta pra nós”, concluiu o agricultor Antônio Campos.

Assim como seu Antônio, dona Antônia integra a ocupação. A idosa espera, por meio da reivindicação, conquistar o direito de posse e uso da terra. “Aqui a gente planta uma mandioca, um arroz, faz um canteiro de cebola, cria uma galinha. É diferente do que na cidade” comentou a aposentada Antônia de Fátima Chaves Neres.

Desde o último domingo, (28 de agosto), as famílias ocuparam a área. A notícia correu longe, e, em busca de conseguir um pedaço de chão, o movimento vai crescendo. Seu Leandro defende o uso da terra e diz que quer produzir. “A gente tá aqui todo mundo unido, e se nós ganharmos um pedaço aqui eu vou fazer um criame de peixe, de galinha, produzir”, afirmou Leandro Severino do Nascimento, agricultor.

A Polícia Militar acompanha a ocupação diariamente para evitar um confronto. Segundo os policiais militares, a terra tem dono, e, o caso está na Delegacia de Conflitos Agrários, a DECA, em Altamira. “Quando nós tivemos conhecimentos pelo dito proprietário, a gente não sabe dizer se realmente ele é, até porque ele não apresentou pra nós nenhuma documentação comprovando que aquela terra é dele, mas ele foi orientado a registrar o boletim de ocorrência, ele fez o boletim de ocorrência na Delegacia. Diante do boletim de ocorrência ele pediu um apoio pra nós da Polícia Militar fazermos uma ronda até o local juntamente com ele e nós averiguamos que tinham pessoas invadindo, tanto nós da Polícia Militar quanto ele conversamos com as algumas pessoas que estavam lá, e pedimos para que essas pessoas se retirassem, poucas pessoas se retiraram do local, porém no outro dia nossa viatura fazendo ronda pelo local foi constatado que o número de família já tá bem maior”, afirmou Albertino Mailzo, da Polícia Militar de Vitória do Xingu.

Nossa reportagem entrou em contato com o homem que se diz proprietário da terra, mas até o fechamento desta cobertura, não conseguimos uma resposta.

Texto e Foto: Thaís Portela / A Voz do Xingu

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