Os profissionais que quiserem chamar atenção pelo currículo precisam ficar ao menos um ano em cada emprego, segundo especialistas. Este é o período mínimo para que os colaboradores desenvolvam competências e habilidades relacionadas com cada função, e na hora de selecionar novos trabalhadores esse é um dos pontos observados pelos recrutadores.
De acordo com o administrador John Pablo Pinheiro, que é também coordenador do curso superior de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos e Logística, na Universidade da Amazônia (Unama), ao ingressar em uma empresa, o profissional tem um longo período de aprendizagem, para desenvolver habilidades interpessoais e de relacionamento e conhecer bem o perfil das pessoas com quem vai trabalhar. Ele diz que leva um tempo para atingir essa maturidade, por isso um ano é considerado necessário para o profissional se adaptar, se desenvolver, conhecer os procedimentos e objetivos e se integrar à missão organizacional. “É um período em que ele vai se fortalecer, é o mínimo para ele se firmar e se sentir parte. É muito importante ter aquela sensação de pertencer ao espaço em que está”, comenta.
Para o recrutador, esse tempo mínimo pode ser crucial. Mas é preciso avaliar o currículo com calma, além do perfil do profissional, por meio de testes psicológicos, comportamentais, dinâmica em grupo e outras características, porque o tempo nas empresas não é o único fator a ser considerado. Além disso, se um trabalhador deixou seu emprego anterior de forma rápida, quem o seleciona precisa investigar os motivos para que isso tenha acontecido.
“A empresa precisa avaliar, e não apenas julgar. Por exemplo, o candidato X teve menos de um ano de experiência em um local, mas o Y passou três anos, então esse último vai servir? Não, vamos ver o que aconteceu, qual foi o histórico profissional e o de vida e o que fez ele não permanecer. Isso é muito relativo. As empresas colocam critério de experiência a partir de um ano porque é importante, significa que o profissional passou por um processo de amadurecimento. Mas isso não é uma regra, existem casos em que a pessoa fica anos e anos em uma empresa mas não é competente, não progrediu, permanece no mesmo cargo, enquanto outra fica menos de um ano e já ganha visibilidade pelos diferenciais competitivos e habilidades”, argumenta John Pablo.
Por outro lado, o candidato que tiver sido demitido logo no início do emprego anterior, antes do período de experiência ser finalizado, poderá ser mal visto pelo recrutador e manchar seu currículo. Nestes casos, a nova organização pode entender que a pessoa não é capaz de se adaptar aos processos da empresa e ao trabalho, seja nas relações com gestores e diretores ou com colegas. O trabalhador também pode ser visto como alguém que possui certa instabilidade ao se adaptar a novos espaços.
Caso a saída tenha sido por conta própria e justificada, é preciso deixar claro no currículo ou na entrevista. “Por exemplo, se ele teve que sair da empresa por motivo de viagem, doenças ou porque ele passou em algum outro processo seletivo ou a partir daquele momento passou a estabelecer outras metas para sua vida, isso tem que ser muito bem explicado na hora da entrevista, e quem sabe deixar no seu próprio currículo, no documento em que ele faz a sua apresentação. Mas, infelizmente, algumas empresas não param seu tempo para ficar questionando e se perguntando por que tal candidato passou aquele determinado tempo naquela empresa. Então, de um modo geral, na maioria dos casos o pouco tempo de permanência do candidato é porque a empresa ou o gestor percebeu que tudo aquilo que foi apresentado no currículo ou na entrevista não era verdade e as expectativas não foram alcançadas. Quando as pessoas não estão comprometidas e não estão voltadas para aquele negócio, a empresa não pensa duas vezes e rapidamente muda o quadro de funcionários e aposta em novos profissionais, aqueles que venham dar a devolutiva esperada”.
Justamente para que a empresa tenha certeza de que aquele profissional é a escolha mais ideal, no momento da entrevista o recrutador deve extrair o máximo de informações e perguntar sobre sua passagem por outros negócios. Além disso, John Pablo Pinheiro comenta que boa parte dos profissionais de Recursos Humanos se conhecem e pedem indicações e recomendações de trabalhadores, então o candidato não pode mentir neste momento.
Confira dicas para permanecer no seu emprego:
1. Seja proativo: Pessoas dispostas a contribuir para o desenvolvimento da empresa e que sempre pensam em criar novos projetos e soluções e otimizar processos são bem vistas pelos gestores;
2. Conheça pessoas: A rede de contatos ao longo da sua carreira, ou networking, também será relevante para manter bons empregos;
3. Mantenha-se atualizado: Busque cursos que possam desenvolver suas habilidades e manter a par das novas técnicas da área;
4. Seja cuidadoso: Chegar atrasado, se envolver em desavenças, fazer fofocas e criar inimizades resultará em uma imagem negativa quanto ao tipo de profissional que a pessoa é;
5. Não procrastine: O ato de deixar tudo para depois, é uma das principais vilãs do bom rendimento no trabalho;
6. Seja responsável: Ter uma agenda organizada pode ajudar – e muito – a manter as responsabilidades em dia;
7. Torne-se indispensável: Seja aquela pessoa com quem todos podem contar, tornando-se uma peça fundamental para a execução de importantes tarefas;
8. Realize as funções com atenção: Fique atento ao desenvolver sua função para que erros não sejam cometidos e desenvolva o melhor trabalho que puder;
9. Separe vida pessoal da profissional: Não seja grosso com as pessoas à sua volta por estresses de casa e nem deixe cair seu rendimento;
10. Seja flexível: Aprender uma atividade nova pode, até mesmo, ser bem divertido e tirar da zona de conforto. Mudanças são fundamentais para a evolução.
Fonte: O Liberal