Os dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró foram transferidos na noite desta quinta-feira (4 de abril) do Pará ao Rio Grande do Norte – onde está a unidade prisional de segurança máxima de onde fugiram em 14 de fevereiro.
Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, saíram da delegacia da Polícia Federal de Marabá por volta das 21h30, em um comboio até o aeroporto da cidade.
Os dois fugitivos foram colocados em uma aeronave da PF, que decolou por volta das 22h em direção à cidade de Mossoró, na região oeste do Rio Grande do Norte. A distância entre o presídio de segurança máxima e Marabá é de 1.600 km.
Rogério Mendonça e Deibson Nascimento foram presos nesta quinta-feira (4 de abril) em Marabá, na região sudeste do Pará e conseguiram chegar ao estado através de um barco. O trajeto foi realizado por via marítima, junto à região costeira.
Fugitivos de presídio federal são levados do Pará ao Rio Grande do Norte. — Foto: Jhenyffer Florêncio/TV Liberal
De acordo com investigações, os dois saíram no dia 18 de março em uma embarcação de Icapuí, a 202 km de Fortaleza, em direção à Ilha de Mosqueiro, na região metropolitana do estado.
O percurso durou cerca de 6 dias e os criminosos chegaram no dia 24 de março na capital, onde aproveitaram a liberdade por cerca de 11 dias, até esta quinta quando foram recapturados.
Entre a Ilha de Mosqueiro e Marabá são em torno de 588 km de distância, que pode ser percorrida de carro em cerca de 10 horas.
Celulares, dinheiro e fuzil encontrado com fugitivos de Mossoró no Pará — Foto: Reprodução/PRF
Nesta quinta, um cerco de viaturas da Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal foi realizado para não dar opções de fuga aos criminosos que estavam em 3 veículos separados. A recaptura ocorreu após 50 dias de fuga.
Além dos fugitivos, outros quatro homens foram presos. Eles faziam parte do comboio que fazia uma espécie de escolta da dupla foragida de Mossoró. A abordagem ocorreu em uma ponte, na BR-222, que cruza o rio Tocantins – e foi feita neste local para evitar que eles fugissem pelo rio.
Nos veículos, foram encontrados dinheiro em espécie, cartões de crédito, fuzil, munições e oito celulares, – três deles estavam sendo monitorados pela inteligência da PF do Rio Grande do Norte.
Rogério estava em um Jeep e Deibson em um Classic, segundo informações da PRF. Em outro carro, um Polo, estavam os demais criminosos que auxiliavam na fuga.
“Estavam em um verdadeiro comboio do crime. Foram apreendidos 3 carros e diversas armas”, disse o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, sobre as circunstâncias da prisão da dupla. “Obviamente, foram ajudados por criminosos externos e tiveram auxilio de seus comparsas e organizações criminosas”.
Segundo o ministro, as investigações apontam que os dois iriam fugir para fora do Brasil. Agora, eles serão levados de volta para o presídio de Mossoró, que teve a segurança reforçada e a direção trocada.
Um trajeto em “linha reta” entre as duas cidades passa por pelo menos cinco estados: além de Pará e Rio Grande do Norte, também por Ceará, Piauí e Maranhão – e, a depender do trajeto, pelo Norte do Tocantins.
Fugitivos de presídio federal são transferidos do Pará ao Rio Grande do Norte. — Foto: Reprodução / PRF-PA
A fuga
Rogério e Deibson fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró no dia 14 de fevereiro, Quarta-Feira de Cinzas. Os dois presos, originalmente do Acre, estavam na unidade desde setembro de 2023 e são do Comando Vermelho.
Esta foi a primeira fuga registrada na história do sistema penitenciário federal, que inclui ainda penitenciárias em Brasília (DF), Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO).
Distância entre Mossoró e Marabá — Foto: Arte/g1
Fonte: G1 Pará