Futuro das cidades amazônicas é tema de palestra na abertura da COP do Xingu

Foto: Ascom/PMA - Divulgação
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Em 2025, quando os olhos do mundo se voltam para a COP30 — o maior evento climático do planeta, que será realizado em novembro, em Belém/PA — o debate sobre o futuro da Amazônia ganha destaque ainda maior.

Nesse cenário, Altamira, o maior município do Brasil em extensão territorial, não poderia ficar de fora dessa discussão tão urgente. Surge, então, o ‘I Encontro Altamira Verde e Sustentável – Cidade Viva e Territórios Conectados’, considerado o maior evento climático do interior do Pará no período que antecede a COP30.

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O encontro reúne gestores públicos, especialistas, ribeirinhos, indígenas, beiradeiros, movimentos sociais, pesquisadores e sociedade civil em um espaço de diálogo e construção coletiva. O tema central, “Do Urbano ao Rural: Reflorestamento, Justiça Climática e o Futuro das Cidades Amazônicas”, norteia as discussões sobre reflorestamento, soluções verdes, mitigação dos impactos de grandes obras e justiça climática, sempre conectando a qualidade de vida da população ao desenvolvimento sustentável.

A cerimônia de abertura ocorreu na quarta-feira, 17 de setembro, no Centro de Eventos Vilmar Soares, e teve início com apresentações culturais: a Banda Municipal executando o Hino Nacional, o corpo de baile da Escola Municipal de Dança, além da participação de Monalycy Santos, rainha do Festival do Cacau, trajando folhas secas de pés de cacau, e Danielly Alves, rainha do Festival Folclórico 2025.

O ponto alto foi a Palestra Magna: “O Futuro das Cidades Amazônicas: Desafios e Oportunidades para o Desenvolvimento Sustentável”, ministrada pelo professor Dr. Gilberto Rocha, da Universidade Federal do Pará.

“A importância desse evento é enorme, porque Altamira é uma das cidades do nosso estado mais dinâmicas do ponto de vista das transformações urbanas e rurais. Foram ciclos que mudaram sua face, como a colonização oficial, a construção da Transamazônica, das agrovilas, e depois os impactos da hidrelétrica, que redimensionaram o desenvolvimento urbano e do entorno. Um evento como esse é uma oportunidade de pensar o futuro da cidade, construído com a participação da sociedade, instituições de ensino e pesquisa e todos os níveis de governo”, disse Gilberto Rocha.

Além das palestras e debates, o evento oferece dois espaços de destaque: a Sala da Sustentabilidade e a Feira da Sociobioeconomia.

Na Sala da Sustentabilidade, projetos acadêmicos, escolares e iniciativas comunitárias dão visibilidade à riqueza local. Dhiuly Araújo, do Laboratório de Ictiologia da Universidade Federal do Pará, apresentou espécies de peixes do Xingu e ressaltou a importância da aproximação entre universidade e população.

“Nosso projeto é a exposição dos peixes da região, porque muitas vezes a comunidade não tem conhecimento sobre eles. Já percebi aqui o interesse de crianças, adultos e idosos em aprender mais. Esse conhecimento ambiental desperta o interesse em preservar e proteger espécies fundamentais para o turismo e para a ecologia”, relatou.

Já na Feira da Sociobioeconomia, produtores locais comercializam alimentos e produtos artesanais. A agricultora Lucélia Barbosa levou chocolates e licores produzidos no Km-27, zona rural de Vitória do Xingu, município vizinho a Altamira, e destacou o impacto positivo da iniciativa.

“É a primeira vez que produzo meus chocolates e licores artesanalmente. Para nós, esse evento é de extrema importância, porque divulga o nosso trabalho e nos ajuda a sermos conhecidos. A expectativa de vendas é grande, eu quero que o público venha e valorize o esforço da gente”, contou.

A realização do evento é fruto do trabalho da Prefeitura de Altamira, por meio da Secretaria Municipal da Gestão do Meio Ambiente, que busca consolidar a cidade como referência em desenvolvimento sustentável.

“Altamira deu um grande passo na agenda climática para o desenvolvimento sustentável. O ‘I Encontro Altamira Verde Sustentável – Cidade Viva e Territórios Conectados’ tem como objetivo trazer a promoção da sustentabilidade, das soluções voltadas à bioeconomia, adaptação do clima, com o intuito de que possamos trazer o município modelo em desenvolvimento em gestão ambiental com práticas inovadoras, sustentáveis e de integração. Esse é o objetivo do governo: “Renovação, União e Trabalho”, trazendo dignidade, esperança e melhores dias de qualidade de vida a toda a população”, afirmou Rafael Oliveira, secretário da Gestão do Meio Ambiente.

Autoridades marcaram presença no evento. Foto: Ascom/PMA – Divulgação

Com três dias de intensa programação, o evento segue até o dia 19 de setembro, com todas as atividades sendo realizadas no Centro de Eventos Vilmar Soares, a partir das 08h. O Encontro se consolida como marco para Altamira e para a Amazônia, fortalecendo o protagonismo regional na construção de soluções climáticas para o Brasil e o mundo.

“Este é mais um compromisso de campanha que estamos cumprindo. Trabalhar sustentabilidade não é apenas promover um evento, mas deixar um legado positivo para as futuras gerações. Ter uma Secretaria de Meio Ambiente atuante, que fiscaliza e conscientiza, nos alegra muito como gestores. Esse encontro é uma oportunidade única para nossa população adquirir conhecimento e participar ativamente dessa agenda”, destacou a prefeita de Altamira em exercício, Thais Nascimento.

O “I Encontro Altamira Verde e Sustentável – Cidade Viva e Territórios Conectados” é uma realização da Prefeitura de Altamira, por meio da Secretaria Municipal da Gestão do Meio Ambiente (Semma) e conta com o apoio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), do Ministry of Foreign Affairs, da Cooperação Alemă Deutsche Zusammenarbeit, do Confinanciado pela União Europeia, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam), da Avalia Soluções e do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária.

Confira a programação:

19/09 – Sexta-feira

08h30: Oficinas de Cocriação

Oficina 1 – “Altamira Verde: Estratégias de Reflorestamento e Biodiversidade Urbana-Rural”

Oficina 2 – “Planejamento Participativo e Justiça Climática”

Oficina 3 – “Conectando Campo e Cidade: Produção Sustentável e Segurança Alimentar”

10h: Café e Networking

10h30: Retomada das discussões nas oficinas

12h: Almoço livre

14h: Apresentação das Propostas Discutidas nos Grupos

15h30: Café e Interações

16h: Produção de cartilha com as principais propostas discutidas no evento

17h: Show de encerramento – Sam Bruno

Fonte: Ascom/PMA

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