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Glória Maria já esteve em filmagens em ponto turístico de Belém e palestrou em Vitória do Xingu, no Pará

Ícone da TV brasileira, jornalista acompanhou filmagens da série Carga Pesada, com Stênio Garcia, Antônio Fagundes e Patrícia Pillar, em Belém. Cristiane Prado, repórter da TV Liberal, relembra encontro com a jornalista que já rodou o mundo fazendo reportagens.

Foto: Arquivo do Portal A Voz do Xingu
Foto: Arquivo do Portal A Voz do Xingu
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Jornalista pioneira inúmeras vezes e que já rodou o mundo fazendo reportagens para a TV Globo, Glória Maria, ícone da TV brasileira, já esteve no Pará para gravações e eventos. Ela morreu nesta quinta-feira (2) no Rio de Janeiro.

Em 2003, Glória acompanhou gravações da série Carga Pesada, com os atores Stênio Garcia, Antônio Fagundes e Patrícia Pillar. As filmagens foram na Estação das Docas, cartão-postal de Belém

A jornalista produzia uma reportagem para o Fantástico sobre a recuperação e volta ao trabalho de Patrícia, após tratamento de câncer de mama.

A série Carga Pesada estreou em 1979 retratando a diversidade cultural do Brasil com as aventuras dos caminhoneiros Pedro, interpretado por Fagundes, e Bino, por Garcia. Uma segunda versão, em que um dos episódios foi gravado em Belém e Glória Maria acompanhou, foi exibida de 2003 a 2007 pela TV Globo.

A jornalista paraense Cristiane Prado, repórter da TV Liberal, relembra um encontro com a jornalista em agosto de 2015, quando Glória havia sido convidada para conceder uma palestra em Vitória do Xingu, no sudoeste do estado: “Foi calorosa e ficou impressionada com a realidade da região”.

“Quando a vi, fiquei tietando mesmo porque era uma jornalista que sempre referenciou o meu trabalho”, diz Prado.

Cristiane relembra que o ginásio do município ficou lotado, com cerca de 800 pessoas, durante o evento de incentivo ao esporte e educação, onde também estavam o jornalista Cid Moreira, e os atletas Zico e Flavio Canto.

“O que eu venho aprendendo no dia a dia, a gente tem que dividir com as pessoas, então não adianta eu ter as coisas para mim. Jornalismo é comunicação!”, comentou Glória Maria em sua passagem por Belém.

“Foi durante um evento com várias personalidades que palestraram. A Glória foi muito simpática, tivemos uma conversa bem descontraída e ela ainda brincou quando viu que éramos colegas de emissora”, relembra.

Cristiane Prado, repórter da TV Liberal, encontra Glória Maria em Vitória do Xingu, no Pará. — Foto: Reprodução / Arquivo Pessoal
Cristiane Prado, repórter da TV Liberal, encontra Glória Maria em Vitória do Xingu, no Pará. — Foto: Reprodução / Arquivo Pessoal

Glória foi diagnosticada em 2019 com um câncer de pulmão. O tratamento com imunoterapia teve sucesso. Depois, ela sofreu metástase no cérebro, que também pôde, inicialmente, ser tratada com êxito por meio de cirurgia, mas os novos tratamentos não avançaram.

Glória Maria Matta da Silva nasceu no Rio de Janeiro. Filha do alfaiate Cosme Braga da Silva e da dona de casa Edna Alves Matta, estudou em colégios públicos e sempre se destacou. “Aprendi inglês, francês, latim e vencia todos os concursos de redação da escola”, lembrou, ao Memória Globo.

Glória também chegou a conciliar os estudos na faculdade de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) com o emprego de telefonista da Embratel.

Em 1970, foi levada por uma amiga para ser radioescuta da Globo do Rio. Naquele tempo sem internet, ela descobria o que acontecia na cidade ouvindo as frequências de rádio da polícia e fazendo rondas ao telefone, ligando para batalhões e delegacias.

Na Globo, tornou-se repórter numa época em que os jornalistas ainda não apareciam no vídeo. A estreia como repórter foi em 1971, na cobertura do desabamento do Elevado Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro. “Quem me ensinou tudo, a segurar o microfone, a falar, foi o Orlando Moreira, o primeiro repórter cinematográfico com quem trabalhei”.

Glória Maria trabalhou no Jornal Hoje, no RJTV e no Bom Dia Rio. Coube a ela a primeira reportagem do matinal local, há 40 anos, sobre a febre das corridas de rua.

No Jornal Nacional, foi a primeira repórter a aparecer ao vivo. Cobriu a posse de Jimmy Carter em Washington e, no Brasil, durante o período militar, entrevistou chefes de estado, como o ex-presidente João Baptista Figueiredo.

“Foi quando ele [João Figueiredo] fez aquele discurso ‘eu prendo e arrebento’ – para defender a abertura [1979]. Na hora, o filme [para fazer a gravação da entrevista] acabou e não tínhamos conseguido gravar. Aí eu pedi: ‘Presidente, é a TV Globo, o Jornal Nacional, será que o senhor poderia repetir?’. ‘Problema seu, eu não vou repetir’, disse Figueiredo. O ex-presidente dizia para a segurança: ‘Não deixa aquela neguinha chegar perto de mim’”, relembrou.

Fonte: G1 Pará

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