Francivaldo dos Santos Ferreira, 35 anos, foi condenado, na terça-feira (9/9), a 30 anos, 7 meses e 22 dias de prisão pelo crime de homicídio triplamente qualificado contra Karoline Dantas, de 32 anos. O julgamento ocorreu em Vitória do Xingu, no sudoeste do Pará, e se estendeu por mais de 13 horas, atraindo grande atenção da comunidade local.

O crime aconteceu na noite de 13 de julho de 2024, no bairro Nova Conquista. Karoline, mãe de dois adolescentes, foi atacada a facadas dentro de casa. As agressões continuaram em um terreno baldio a cerca de 30 metros da residência, onde a vítima foi golpeada mais de 15 vezes, segundo laudos periciais. A Polícia Militar chegou ao local e prendeu Francivaldo em flagrante. A faca usada no crime foi apreendida e apresentada durante o julgamento.
De acordo com a acusação, Francivaldo teria se armado após ver “Chico Preto”, ex-companheiro de Karoline, dentro da residência. O réu entrou no imóvel, encontrou o homem na sala e, ao ver a vítima saindo do banheiro, passou a golpeá-la repetidamente. Testemunhas afirmaram que os filhos da vítima presenciaram o ataque, e que o mais velho chegou a escorregar no sangue da mãe ao tentar socorrê-la.
A defesa alegou “erro de execução”, sustentando que o alvo seria “Chico Preto” e não Karoline. O Ministério Público, representado pela promotora de Justiça Samara Viana, rebateu, afirmando que as provas apontavam para um crime planejado, cometido com requintes de crueldade e motivação de gênero.
A maioria dos jurados reconheceu as três qualificadoras: meio cruel, motivo de gênero e dificuldade de defesa da vítima, resultando na condenação.
Familiares e amigos da vítima acompanharam todo o julgamento, assim como parentes do réu. Após o anúncio da sentença, Kaline Dantas, irmã de Karoline, desabafou:
“Eu nunca duvidei que a justiça seria feita. O Deus que eu sirvo é grande, entreguei primeiramente na mão dele e sabia que sairíamos daqui com essa vitória. Não vai trazer minha irmã de volta, mas foi uma pena justa, que a gente esperava”, disse emocionada.
O caso reforça a luta contra o feminicídio na região da Transamazônica.
Por Patrícia Pires / Wilson Soares – A Voz do Xingu























