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Hospital Metropolitano registra aumento de mais de 19% no número de ciclistas acidentados em um ano

Foto: Filipe Bispo / O Liberal
Foto: Filipe Bispo / O Liberal
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Hospital Metropolitano de Belém contabilizou um aumento de 19,5% no número de ciclistas acidentados que deram entrada na unidade. De janeiro a junho de 2022, 104 atendimentos foram efetuados frente aos 87 realizados em 2021. É essa realidade crescente que o Dia Nacional do Ciclista, sancionado em novembro de 2017 com a publicação da lei 13.508 e comemorado nesta sexta-feira (19), visa combater, porque quem faz uso diário dos 126,38 km de ciclovias da capital paraense reclama da falta de respeito constante sofrida no trânsito e da necessidade de maiores espaços para trafegar com segurança.

Artigo 201 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) define que é obrigatório a guarda da distância lateral de um metro e meio ao ultrapassar ou passar uma bicicleta – considerada como veículo de propulsão humana. O meio de transporte, além de ajudar na saúde e na fluidez do trânsito, é uma opção mais barata e de menor impacto no meio ambiente, sendo cada vez mais utilizado para o deslocamento.

Para aumentar o número dos adeptos ao uso da bicicleta e conscientizar a população a respeito dos cuidados que deve ter com os ciclistas que estejam nas vias, o coletivo Bike Anjo atua em Belém e em diversas localidades levando educação, apoio e aprendizado. A biomédica Danny Ventura, de 29 anos, é integrante do grupo e considera que a principal atitude a ser feita para melhorar as condições de tráfego nas ciclovias é a orientação. Ela usa o veículo para tudo e todos os dias: das idas às aulas de mestrado até o atendimento de pacientes. “Os motoristas ficam invadindo o nosso espaço, ‘tirando muito fino’ da gente em várias ruas, principalmente nas que são principais, como a Mundurucus, a avenida José Malcher e a Nazaré”, relata.

Danny já sofreu um acidente devido a imprudência de um condutor de moto que não respeitou a sinalização e avançou o sinal. Mais do que comemoração, a biomédica lembra que a data é um reflexo de luta pelos direitos da categoria. “É preciso conscientização dos motoristas e motociclistas da cidade para que eles tenham noção de ciclovia e de ciclistas. Os motoristas de ônibus também, porque geralmente são os que estão mais no dia a dia do trânsito”, diz.

‘Pedala Mana’ é um projeto dentro do Bike Anjo que ensina pessoas a prática de pedalar e a conscientização dos deveres e direitos dos ciclistas. Fabíola Viana, de 50 anos, sempre teve o sonho de aprender a andar de bicicleta e viu a oportunidade por meio do coletivo, em 2018. Atualmente, ela é uma das instrutoras da ação e tem como objetivo contribuir para que o trânsito se torne mais humanizado por meio de palestras e rodas de conversas. “Quando eu aprendi, achei aquilo tão fantástico que eu tinha que compartilhar com outras pessoas, eu me sinto renovada, quando a gente começa a pedalar, começa a ver a cidade de uma outra perspectiva. Essa data é um protesto para lembrar que o ciclista tem que ser respeitado. É um carro a menos poluindo a cidade e o meio ambiente”, destaca. 

População vê oportunidade de independência nas bicicletas

facilidade e praticidade que o meio de transporte oferece são alguns dos fatores que levam muitos a buscar o ‘Pedala Mana’ para aprender a andar de bicicleta. A auxiliar administrativa Raqueline Santos, de 32 anos, é uma das alunas do projeto e começou a se interessar para adquirir maior mobilidade e independência. “Tem lugar que eu quero ir que é perto, mas se eu for andando se torna longe e cansativo. Aí, eu fico pensando: ‘Se eu tivesse uma bicicleta, chegava lá em cinco minutos’. Às vezes, eu me privo de ir até em uma padaria mais longe de casa”, conta.

Projeto ajuda pessoas a aprender a andar de bicicleta, prática procurada para aumentar a mobilidade e a independência

Projeto ajuda pessoas a aprender a andar de bicicleta, prática procurada para aumentar a mobilidade e a independência (Filipe Bispo / O Liberal)

A questão do transporte público da cidade também foi decisiva para Raqueline. Ônibus lotados e atrasados já não estão mais suprindo as necessidades do dia a dia. “Eu tenho que sair de casa, às vezes, uma hora antes. De vez em quando eu tenho sorte de pegar logo, mas também tenho que pegar ele lotado, chego em casa toda roxa”, desabafa. 

Em nota, a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob) informou que realiza ações educativas em escolas e palestras em empresas, com foco em ajudar a conscientizar sobre a segurança dos ciclistas. Junto a isso, agentes de trânsito realizam fiscalização constante nos corredores que possuem ciclofaixa para coibir o uso do espaço do ciclista por outros tipos de veículos, realizando autuação quando necessário.

Crime de trânsito foi precursor da data

Em 2006, o ciclista e biólogo Pedro Davison foi morto após ser atingido por um motorista que dirigia sob efeito de álcool e em alta velocidade no Eixo Sul de Brasília, no Distrito Federal. Ele tinha 25 anos.

O Dia Nacional do Ciclista foi sancionado no mesmo ano do episódio e faz referência ao crime.

Fonte: O Liberal

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