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IFT apresenta Diagnóstico Econômico Ambiental de Altamira

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O Instituto Floresta Tropical (IFT) em parceira com o comitê gestor do Plano de Desenvolvimento Sustentável do Xingu (PDRSXingu) – colegiado formado por agentes do governo e da sociedade civil, responsável por promover políticas públicas de sustentabilidade em 12 municípios da região de integração do Xingu, no Pará –  divulgou no final deste mês, o Diagnóstico Econômico Ambiental de Altamira. O documento apresenta informações detalhadas sobre os recursos naturais, desmatamento e o perfil socioeconômico do município e entorno.

Segundo os organizadores, o estudo foi elaborado com os objetivos de elucidar e mapear as transformações sociais e ambientais registradas na microrregião de Altamira nas duas últimas décadas, principalmente em decorrência das alterações provocadas no município a partir da implantação da Usina Hidrelétrica Belo Monte.

“Produzir um diagnóstico a respeito de um território complexo, particularmente quando mudanças tão expressivas estão em curso, não é tarefa simples. Contudo, acreditamos que esta pesquisa possa embasar a tomada de decisões estratégicas para o território pesquisado. Ainda há muito a ser trabalhado para obter informações de qualidade e consolidar ações pautadas em bases sólidas para a região”, afirmam os autores da pesquisa.

O estudo mostra diversas alterações socioambientais ocorridas nas áreas rural e urbana de Altamira, município com a maior extensão territorial do Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre os principais dados divulgados estão o aumento significativo da expansão populacional da região nos últimos 14 anos, que ultrapassou as taxas nacionais e estaduais. Enquanto contingente populacional do país aumentou 19% e do Pará 30%, entre os anos de 2000 a 2014, em Altamira o crescimento apresentado neste mesmo período foi de 38%, passando de 77.401 para 106.768 habitantes.

O diagnóstico afirma que o ápice populacional mais recente no município ocorreu em 2007, quando foi registrado um crescimento anual de 7,5%, provocado pelos fluxos migratórios gerados pela perspectiva da implantação da UHE Belo Monte. O crescimento registrado nesse período só perde para o da década de 1970-1980, auge da implantação da rodovia Transamazônica, onde foi identificado um crescimento anual de 11,7%.

Economia

O documento aponta ainda que das 12 cidades que integram a região de integração do Xingu, Altamira é a que concentra maior participação no Produto Interno Bruto. Em 2011 o município foi responsável por 42,18% do PIB regional, arrecadando R$ 890.626 milhões, numa economia concentrada especialmente no setor de serviços.

Desmatamento

O levantamento também revela que entre os anos de 2000 a 2014 o município apresentou um desmatamento acumulado de 6.069 km², o que corresponde a 850 campos de futebol.  O documento mostra que houve uma oscilação entre as taxas de desmatamento nesse período, com destaque para os anos de 2010, que apresentou a menor taxa: 196 km², e 2014, que registrou um ápice nos índices de desflorestamento, alcançando uma taxa de 680 km² de área desmatada.

Em relação aos demais municípios da região de integração do Xingu, Altamira é responsável por 40% do total de área desmatada de todo o território e possui cerca de 4,6% de sua extensão territorial desmatada. “Vale ressaltar que Altamira ainda possui aproximadamente 90% de sua extensão tomada por floresta, isso pode se dá principalmente devido a imensa quantidade de áreas protegidas existentes no município que correspondem a cerca de 83% de sua extensão territorial”, afirmam os pesquisadores.

Crédito das fotos: Acervo/IFT

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