A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou, na tarde desta quarta (7), que, após negociação, indígenas e garimpeiros liberaram a rodovia BR-230 por 14 horas seguidas, no trecho do cruzamento com a rodovia BR-163.
O grupo protesta há seis dias no distrito de Campo Verde, em Itaituba, sudoeste do Pará, pela legalização da exploração em terras indígenas, que são protegidas por lei.
Segundo a PRF, os manifestantes continuam acampados às margens da rodovia.
Na terça (6), uma equipe de TV americana teve equipamentos destruídos pelos indígenas da etnia Munduruku durante o protesto, que reuniu cerca de 150 pessoas.
Os jornalistas faziam a cobertura da interdição e foram intimados pelos manifestantes. Os equipamentos foram destruídos a pauladas e depois queimados.
Por causa do bloqueio, uma grande fila de caminhões chegou a se formar nos dois lados da pista. Caminhões de grãos e cargas e veículos de passeio estavam impedidos de seguir viagem.
A PM acompanhou a situação enquanto os jornalistas foram cercados pelos manifestantes.
Carta
Cacique Raoni emite carta sobre protesto de indígenas Munduruku no Pará. — Foto: Reprodução / TV Liberal
O cacique Raoni Metunktire emitiu uma carta, no último dia 30 de setembro, manifestando preocupação com os parentes Munduruku do Pará e “o crescimento da invasão do garimpo em suas terras”. Ele afirmou ainda que garimpeiros estariam usando o nome dele de forma mentirosa, “dizendo que apoia garimpo e mineração”.
Ainda de acordo com a carta, ele diz que apoia a luta para defesa do território, retirada de invasores e pela demarcação de terras indígenas.
Fonte: G1 Pará