O Pará é o estado brasileiro que mais se destaca nos casos de sarampo no País, com 1.615 casos confirmados, de acordo com o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado em junho deste ano, quando o Brasil somava 3.629 casos confirmados e quatro mortes – sendo duas delas no Pará. Os outros dois únicos óbitos foram registrados no Rio de Janeiro e em São Paulo. O Pará não registrava casos de sarampo desde três os únicos confirmados ainda em 2010. A doença voltou a aparecer no Estado em 2018.
Pará e três estados somam 96,7% dos casos
Além do Pará, ainda de acordo com o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina concentram o maior número de casos, totalizando 96,7% (3.509) registros. Nele o Pará teve 1.615 casos confirmados, Rio de Janeiro: 937 casos confirmados; São Paulo: 660 casos confirmados; Paraná: 190 casos confirmados e Santa Catarina: 107 casos confirmados.
O estudo apresenta também que houve confirmação laboratorial de casos de infecção por sarampo em seis estados da região Nordeste, cinco da Norte, e três estados em cada uma das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Entre as semanas epidemiológicas 1 e 21, de 29 de dezembro de 2019 a 23 de maio de 2020, o Brasil teve a confirmação laboratorial de 3.629 casos de sarampo, e outros 3.086 estavam ainda em investigação.
Em junho mortes já são o dobro
Dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informam que em 2020, de 1º de janeiro a 26 de junho, foram registrados 3.190 casos confirmados de sarampo no Pará. Já em 2019, de janeiro a dezembro, foram confirmados 403 casos.
Em relação às mortes, de 1º de janeiro a 26 de junho, a Sespa confirma que ocorreram dois óbitos por sarampo. Ainda no Pará, já em 2019, foi registrado uma morte por sarampo.
A Sespa informa ainda que a principal ação para conter o avanço da doença se dá por meio das campanhas de vacinação realizadas de acordo com o calendário do Ministério da Saúde. A imunização contra o sarampo em 2020 ainda não alcançou a meta de vacinar 3.485.894 pessoas. Até o momento, foram vacinadas 234.862 pessoas.
Sespa monitora surto no Estado
Desde o início de abril, a Sespa explica que montou uma sala de situação para o monitoramento do surto de sarampo. E, com apoio de uma consultora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e do Ministério da Saúde, vem orientando e assistindo os municípios nas ações necessárias e passíveis de realização, conforme a evolução da pandemia.
“E agora, com os sinais de redução da covid-19, doença ocasionada pelo novo coronavírus, em algumas regiões, já trabalhamos em um plano emergencial de enfrentamento junto aos municípios”, afirma a Sespa.
A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) foi procurada, desde a manhã desta segunda-feira (6), mas ainda não se manifestou sobre as ações de combate à doença em Belém.
Vacinação segue até o fim de agosto
A campanha segue até o dia 30 de agosto deste ano. No Pará, o público alvo da campanha contra o sarampo são pessoas na faixa etária de 20 a 49 anos, que, independente de doses anteriores da vacina, devem receber uma dose da vacina dupla ou triviral.
O jogador profissional de futebol, Wellington Rodrigues, 25 anos, que mora na Terra Firme, em Belém, já fez a imunização da doença na manhã desta terça (7). “É importante se vacinar até para ter o controle das doenças e a pandemia da covid-19 veio para nos alertar não só em relação ao coronavírus, mas sobre várias outras doenças que têm vacina disponível”, afirma o jogador.
Doença, sintomas e transmissão
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, viral, transmissível, extremamente contagiosa. Pois uma pessoa infectada pode transmitir para até outras 18 pessoas que não estejam imunes.
Os sinais e sintomas iniciais do sarampo são febre, tosse persistente, irritação ocular e coriza. Em seguida, há o aparecimento de manchas avermelhadas no rosto, que progridem em direção aos pés. Também pode causar infecção nos ouvidos, pneumonia, convulsões, lesão cerebral e morte.
A transmissão ocorre diretamente de pessoa a pessoa, geralmente por tosse, espirros, fala ou respiração.
A infecção também ocorre por meio de gotículas de secreções respiratórias (tosse, espirro etc.) com partículas virais no ar, que podem perdurar por tempo relativamente longo no ambiente, especialmente em locais fechados como escolas e clínicas. A suscetibilidade ao vírus do sarampo é geral e a única forma de prevenção é a vacinação.
Quem deve se vacinar
No Pará, o público alvo da campanha contra o sarampo são pessoas na faixa etária de 20 a 49 anos, que independente de doses anteriores da vacina, devem receber uma dose da vacina dupla ou triviral.
Ainda segundo o Ministério da Saúde, a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) “está disponível na rotina dos serviços de saúde conforme indicações do Calendário Nacional de Vacinação do Programa Nacional de Imunizações (PNI)”.
A pasta alerta que a realização de ações de vacinação contra o sarampo “deve considerar o cenário epidemiológico da covid-19, especialmente nas localidades onde há casos confirmados dessa doença e que também apresentam circulação ativa do vírus do sarampo”. Sendo, assim, necessário adotar “medidas de proteção para os profissionais responsáveis pela vacinação e para a população em geral, buscando realizar a vacinação de forma segura e, ao mesmo tempo, minimizar o risco de disseminação da covid-19”.
O Ministério informou ainda que está “em processo de revisão” o plano nacional para interromper a circulação do vírus do sarampo, para eliminar a doença no Brasil.Por fim, o Ministério ressalta que a realização “tanto da Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza e a estratégia de vacinação indiscriminada contra o sarampo, para pessoas de 20 a 59 anos de idade, em todo o país não interfere nas ações de imunização do Calendário Nacional de rotina, que deve prosseguir atendendo ao público de seis meses a 49 anos de idade”.
As recomendações à população:
– Procurar um serviço de saúde caso apresente sinais e sintomas de sarampo;
– Procurar as salas de vacina para atualização da carteira de vacinação e/ou realizar vacinação contra o sarampo nas crianças menores de cinco anos;
– E, em caso de viagem para municípios, estados ou países onde estejam ocorrendo casos de sarampo, regularizar a situação vacinal 15 dias antes da viagem.
Fonte; Portal Roma News