Mais dois casos de doença de chagas foram confirmados em moradores do município do Acará, no nordeste do estado. Agora são 20 pessoas contaminadas em duas famílias. Pesquisadores do Instituto Evandro Chagas, em Belém, investigam esse que já é o segundo surto da doença no município apenas este ano. O Instituto confirmou que todas essas pessoas foram infectadas após consumirem açaí contaminado por fezes de barbeiro, um mosquito comum na América do Sul.
O primeiro surto em Acará foi registrado no dia 31 de julho, quando sete pessoas da mesma família tiveram a doença, e no último no dia 10 de agosto, quando 13 pessoas da mesma família adoeceram após ingerir açaí.
“Eles tiveram um jantar no dia 14 de julho e a maioria das pessoas que estavam lá ingeriu açaí em grande quantidade, de várias localidades de compras dentro do próprio município. Para que a gente localize o local de origem, é necessário investigar melhor”, diz Ana das Neves, do IEC.
Até agora, um idoso de 80 anos morreu. As outras vitimas foram medicadas e estão respondendo bem ao tratamento, segundo a Secretaria de Saúde do Estado.
Higienização do açaí
Este ano já houve cinco surtos da doença de chagas no Pará: 2 em Acará, 1 em Barcarena, 1 em Abaetetuba e 1 em Tucurui. Cerca de 100 pessoas contraíram a doença. Ano passado foram registrados 258 casos.
No Pará, quase 100% das pessoas que têm doença de chagas foram infectadas via oral, pela ingestão do açaí, já que grande parte da população costuma consumir o fruto batido. A ingestão só pode ser feita se houver higienização.
O diretor do Departamento de Controle de Endemias da Sespa Bernardo Cardoso orienta consumir açaí de batedores certificados com o selo de qualidade. “Não bata açaí na sua casa sem lavar antes os caroços!”, alerta.
Em nota, a Prefeitura de Acará disse que estão sendo realizadas medidas de controle e prevenção das ocorrências no município e que diariamente a equipe de vigilância sanitária fiscaliza pontos de comercialização de açaí nas zonas urbana e rural.