Mais uma criança morreu com o vírus da raiva humana no Pará, de acordo com informação divulgada pela Secretaria de Estado de Saúde (Sespa). A vítima tinha 10 anos e estava internada no Hospital da Santa Casa, na capital. O caso foi quinto confirmado laboratorialmente entre as 14 notificações de suspeita da doença em Melgaço, no Marajó. Destas cinco pessoas com diagnóstico positivo, quatro morreram e um paciente permanece internado. Somam-se nove mortes, sendo que quatro pessoas não tiveram material coletado para exame e uma ainda espera o resultado do exame.
A criança morreu na tarde de terça-feira (29). Três pacientes seguem internados em estado grave, dois estão no Hospital da Santa Casa, em Belém, e um no Hospital Regional de Breves, no Marajó.
Cerca de mil pessoas que moram na região conhecida como comunidade Pimental, a 70 km de Melgaço, estão sendo vacinadas contra a raiva e recebem mosquiteiros, para evitar a mordida de morcegos hematófagos.
Os pacientes têm quadro semelhante, com sintomas como febre, dispneia, cefaleia, dor abdominal e sinais neurológicos – paralisia flácida ascendente, convulsão, disfagia (dificuldade de deglutir), desorientação, hidrofobia e hiperacusia (sensibilidade a sons, principalmente agudos).
Alerta e prevenção
A Sespa emitiu um alerta epidemiológico de raiva humana para os 13 Centros Regionais de Saúde do Pará, para que seja intensificada a identificação precoce da existência de agressões por morcegos hematófagos em humanos ou em animais no peridomicílio. O município de Melgaço vai receber R$ 90 mil mensais para prevenir casos de raiva humana.
Já foram enviadas 2 mil doses de vacinas antirrábicas e mais 600 frascos de soros antirrábicos. Também foram entregues 500 mosquiteiros para a proteção dessa população.
Segundo a Sespa, casos confirmados de raiva humana no Pará não ocorriam desde 2005, quando 15 foram registrados todos infectados por transmissão de morcego hematófago.