Uma menina de 4 anos que desapareceu em 29 de dezembro numa comunidade ribeirinha entre o Amapá e o Pará permaneceu 5 dias numa área de mata se alimentando de frutas e tomando água de rio. Encontrada em 2 de janeiro com escoriações e desidratada, Ana Vitória Soares Cardoso foi levada para o pronto-socorro do município amapaense de Santana, a 17 quilômetros da capital Macapá.
A criança segue internada, mas está fora de perigo, informou o hospital. Ela se perdeu na comunidade do Rio Maniva, no município paraense de Afuá, onde ela mora. Segundo familiares, ela havia sido vista pela última vez brincando numa canoa com a irmã de 8 anos por volta de meio-dia de 29 de dezembro.
Ela estava perto de um porto próximo à casa dela. A família considerou a hipótese de a garota ter se afogado, já que ela não sabia nadar, e por isso chamou o Corpo de Bombeiros.
Ana Vitória foi encontrada por um parente, na quinta-feira (2), a cerca de 2 quilômetros de onde teria desaparecido. Ela estava com várias marcas de insetos. A mãe da menina disse que durante o período ela relatou que “se alimentou de frutas, como taperebá, e tomou água de um igarapé”.
“Ela tava sentadinha num pau, embaixo de uma ‘caroceira’ que tinha umas ‘palhinhas’ e ela estava lá embaixo. Estava sentada, mas não conseguia andar. Foi um primo que a encontrou”, contou aliviada a mãe, Rosilete de Souza Soares.
O cabo do Corpo de Bombeiros do Amapá Rosivaldo Andrade lembrou que durante as buscas foram mobilizados três mergulhadores em função dos relatos de que ela poderia ter se afogado.
“Do dia 30 ao dia 1º procuramos sem descansar no rio, onde poderia estar o corpo da criança. As informações repassadas pelos parentes nos fizeram acreditar que ela teria morrido e que a menina não teria como ter ido para a floresta. Felizmente ela foi encontrada, agora só está esperando a alta”, comemorou.
Rosivaldo informou que os bombeiros que se envolveram no caso estão arrecadando roupas, redes e alimentos para ajudar a família de Ana Vitória, que tem oito irmãos. Ele fala também dos perigos a que a menina estava correndo sozinha na mata.
“Por sorte o local onde ela estava não tinha animais agressivos a ponto de atacá-la, mas isso não afasta o risco que a mata possui, de um corte, tropeço, arranhões, o risco aquático, frio, infecções. Ela passou por uma dificuldade tremenda”, completou.
Fonte: G1 Pará