O Ministério da Saúde (MS) já admite o que andava sendo noticiado sobre a falta de testes para o novo coronavírus no Brasil. Para tentar minimizar o problema, o governo federal faz chamada no Diário Oficial da União para que empresas enviem novas opções de kits diagnósticos para venda. O governo também tenta ampliar a produção de kits por meio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Como resposta à demanda, a Fiocruz entregou 5,5 mil testes e promete 40 mil extras em abril, além dos outros 30 mil já disponibilizados no início deste mês. A soma passa de 75 mil. “A Fiocruz se comprometeu em aumentar a produção. E também se comprometeu ao longo dos próximos três, quatro meses, a produzir mais de 1 milhão de testes”, disse Júlio Croda, diretor do departamento de Vigilância em Saúde do MS.
O ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse ainda que “está trabalhando com algumas soluções para aumentar e muito a produção de kits”, mas que “não é um processo simples, não é uma coisa ‘faz-se a luz e a luz se fez’”, comparou.
Crítico – Por enquanto, a recomendação do MS é de apenas os casos graves sejam testados. No estado de São Paulo, por exemplo, a situação é crítica. Após a conformação da primeira morte, até os familiares da vítima não estão conseguindo fazer testes, mesmo sendo idosos e com sintomas da Covid-19.
A primeira vítima com morte no Brasil foi um porteiro aposentado de 62 anos, que era hipertenso e diabético. Ele internou-se no último sábado no Hospital Sancta Maggiori, da rede PreventSenior, com os sintomas há pelo menos quatro dias antes
Nos últimos dias, ele teve convívio próximo com o pai, de 83 anos, a mãe, de 82, o irmão de 61, e as duas irmãs, de 60 e 55. Ao jornal O Globo, o irmão da vítima disse que os cinco parentes relataram nos últimos dias sintomas como tosse, febre e falta de ar, mas não conseguiram fazer o teste para coronavírus.
Fonte: O Globo