A Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) confirmou a sétima morte por raiva humana nesta segunda-feira (18). O homem de 39 anos estava internado no Hospital Regional de Breves. No total, são 14 casos notificados, sendo 12 mortes registradas e sete confirmadas laboratorialmente pelo Instituto Evandro Chagas e pelo Instituto Pasteur, em São Paulo. Não há mais nenhum paciente internado com a doença ou sob suspeita.
De acordo com a nota, técnicos da Sespa permanecem até o mês de julho com o trabalho de investigação e prevenção à raiva humana no município de Melgaço onde a maioria dos casos foi registrado. A equipe é composta por profissionais do Departamento Estadual de Endemias e de Vigilância em Saúde da Sespa, além de profissionais da Coordenação Estadual de Zoonoses do 8º Centro Regional de Saúde (CRS). A secretaria considera a situação no local sob controle.
Situação de alerta
A Sespa emitiu um alerta epidemiológico de raiva humana para os 13 Centros Regionais de Saúde do Pará, para que seja intensificada a identificação precoce da existência de agressões por morcegos hematófagos em humanos ou em animais no peridomicílio. O município de Melgaço vai receber R$ 90 mil mensais para prevenir casos de raiva humana.
Já foram enviadas 5 mil doses de vacinas antirrábicas e mais 600 frascos de soros antirrábicos. Também foram entregues 500 mosquiteiros para a proteção dessa população. As ações se concentram na localidade de Rio Laguna, cerca de 70 km de Melgaço, onde residem aproximadamente 1.000 pessoas na comunidade. Até o momento já foram vacinadas 500 pessoas e entregues mosquiteiros para essa população.
Todos os pacientes apresentam quadro semelhante, com sinais e sintomas como febre, dispneia, cefaleia, dor abdominal e sinais neurológicos – paralisia flácida ascendente, convulsão, disfagia (dificuldade de deglutir), desorientação, hidrofobia e hiperacusia (sensibilidade a sons, principalmente agudos).
Histórico
Segundo a Sespa, casos confirmados de raiva humana no Pará não ocorriam desde 2005, quando 15 foram registrados no município de Augusto Corrêa e três em Viseu, nordeste paraense. Todos foram infectados por transmissão de morcego hematófago. No caso de Portel, no Marajó, os últimos casos de raiva humana ocorreram em 2004, atingindo 15 pessoas, também todas transmitidas por morcego.