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Nova tarifa em Itaipu gera expectativa de redução na conta de energia elétrica do Pará

De acordo com o Dieese, os reajustes acumulados na tarifa de eletricidade dos paraenses ultrapassa a inflação

Foto: Agência Brasil
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O presidente Bolsonaro anunciou na última quarta-feira (10) que, após 13 anos de congelamento, as taxas de serviços de eletricidade da hidrelétrica Itaipu Binacional, a tarifa foi reduzida em 8,2%, definido assim o valor de 20,75 dólares/kW para o ano de 2022. No Pará, a expectativa é de que essa redução histórica repercuta nas contas de energia local.

“Ninguém mais aguenta tanto aumento”, diz o empresário do ramo de supermercados, Fred Shimiti. Ele diz que, após último o reajuste de 15,12% da Equatorial Energia, anseia por um possível abatimento nos custos dos paraenses.

“Qualquer possibilidade de diminuição na conta de energia já nos anima. Os custos com eletricidade são muito altos e para mantê-los, deixamos de contratar mais funcionários, não conseguimos baratear produtos, fica ruim para todo mundo. Nossos consumidores tiveram seu poder de compra reduzido, o que impacta também nas nossas vendas. Então, seria muito bom se essa redução influenciasse na Região Norte”, conta o empreendedor.

O empresário de outro supermercado, Edimario Gomes, explica que para reduzir os impactos dos reajustes, tem procurado outras alternativas. “Nós já estamos buscando opções para reduzir o impacto na conta de energia, como o Mercado Livre de Energia, que é a compra e venda de energia direta. Dependendo do porte da loja, também a gente consegue migrar para o sistema de energia solar. Então, esses são esses são os artifícios que a gente tem usado para tentar diminuir o impacto no nosso financeiro”, relata.

Aumentos no Pará acima da inflação

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o valor da tarifa de energia elétrica cobrada pela Equatorial Energia apresenta um crescimento expressivo e acima da inflação, ocasionando ainda fortes impactos sobre as contas dos paraenses. “A elevação acumulada nas contas de energia para o consumidor residencial paraense, desde a privatização em julho de 1998, ano da privatização da antiga Celpa, até agora alcança cerca de 839,00%”, diz o órgão em um estudo técnico. A inflação estimada para este mesmo período gira em torno de 355,00%.

Para os grandes consumidores, que são usuários de alta tensão, como a Indústria e Comércio, o reajuste acumulado no mesmo período também é expressivo. O Dieese aponta que somente nos últimos 20 anos, o reajuste médio para esse grupo já acumula um total de cerca de 600,00%.

“Os custos estão assim distribuídos: em 2003, reajuste de 29,65%; em 2004, reajuste de 11,98%; em 2005 reajuste de 14,78%; em 2006, reajuste de 7,20%; em 2007, redução que variou entre 6,56% a 11,10%; em 2008 reajuste médio de 16,95%; em 2009, o reajuste médio foi de 4,24%; em 2010, reajuste médio foi de 10,47%; em 2011, a Aneel não autorizou o reajuste, mas sim uma prorrogação dos percentuais autorizados em 2010 (10,47%); em 2012, o reajuste chegou a 14,90%; em 2013,  4,36%; em 2014, foi de 36,41%; em 2015, 10,22%; em 2016, o reajuste médio foi de 7,38%; em 2017, 11;22%; em 2018, o reajuste médio foi de 11,40%; em 2019, 3,81%; em 2020, 2,97%; em 2021, o reajuste médio foi de 10,28% e para este ano de 2022, a revisão tarifária aprovada pela Aneel foi de 16,05%”, aponta o levantamento.

O Dieese afirma que as elevações no preço da energia elétrica no Pará, desde a privatização da Celpa, hoje Equatorial Energia, até hoje, estão também acima dos reajustes salariais obtidos no mesmo período. “O pior desta situação é que mesmo pagando caro, os serviços oferecidos pela empresa ainda são alvo de muitas reclamações por parte expressiva dos consumidores paraenses”, finaliza.

Fonte: O Liberal

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