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Novo mínimo deve injetar no Pará R$ 48 milhões por mês

Foto: Divulgação
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O novo salário mínimo vai injetar, por mês, R$ 48 milhões na economia paraense, devendo contribuir, até dezembro, com impacto de R$ 624 milhões na economia do Estado, segundo levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese/PA). Em todo o Pará, quase 30% da força de trabalho, o que representa cerca de 900 mil trabalhadores, recebem como remuneração máxima um salário mínimo, que passou para R$ 1.100 – um reajuste de 5,26%, o correspondente a R$ 55.

Em vigor desde janeiro, o novo valor só entra no bolso do trabalhador no final deste mês/inicio do mês de fevereiro, quando o pessoal ativa e aposentados vão receber seus salários e benefícios referentes ao mês de janeiro. Para definição do percentual de reajuste, foi levado em consideração o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de janeiro a novembro e a variação estimada do mercado financeiro para o índice em dezembro de 2020.

De acordo com o Dieese, o impacto do crescimento do novo mínimo na economia, em todo o País, nos próximos 12 meses, deve girar em torno de R$ 30 bilhões de reais, alcançando aproximadamente 50 milhões de pessoas. Na Região Norte, estima-se que cerca de R$ 1,1 bilhão de reais deva entrar na economia, envolvendo os sete estados e alcançando aproximadamente 1,6 milhões de pessoas, este ano. O Pará, portanto, responde por mais da metade desse valor da região.

Para o economista Antônio Ximenes, embora pareça grande, R$ 50 milhões de recursos injetados na economia não vão provocar grandes efeitos. Um dos motivos, segundo ele, é que se comparado com a economia paraense, o valor é ínfimo. Além disso, não fica concentrados e determinada área econômica, como comércio de roupa ou alimento. “Vai ser fracionado “um pouquinho aqui, outro ali”. Não vai nem chamar a atenção do trabalhador endividado para dizer que vai pagar a dívida. É um efeito pulverizado sem grandes repercussões”, avalia.

Ximenes também considera que o reajuste de R$ 55 vai ter pouco efeito no orçamento das famílias. “Se os preços da economia real, que são os produtos, tivessem estáveis… O problema é que a inflação engole tudo isso sem deixar vestígios”, ressalta. “O efeito é praticamente nulo, o dois quilos de carne só, se for carne de segunda. Eles estavam recebendo R$ 1.045, agora foi pra R$ 1.100. É quase nulo. Não tem o que comemorar”, completou.

O economista Genardo Chaves de Oliveira observa que, diante do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), não haverá aos 30% dos trabalhadores do estado do Pará um aumento real, diante da alta da inflação. “Pois a base da correção anual é acompanhada por uma correção de 3% na inflação e mais 5% para o salário mínimo, apesar de estar acima do previsto pelo  Governo Federal, quando comparamos com o que foi publicado pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). A razão pela qual o crescimento da inflação resulta nos 5% do INPC influenciados pelos últimos 12 meses do ano de 2020 e proporcionou apenas R$ 55”, explica.

Nesse sentido, para Genardo, os 30% dos paraenses não irão usufruir pelo poder de compra comprometido diante do aumento dos preços e não complementarão seus gastos básicos e as despesas domésticas comprometidas pelo aumento ilusório do não aumento real. “Pois o que se poderia comprar com R$ 55 nos dias de hoje? O valor de R$ 55 é menor que o valor de uma cesta básica. Então, no cenário sobre a ótica do trabalhador na sua hora trabalhada e o custo trabalho nada real, não proporcionou o esperado. Seria mais um dia como outro qualquer. Nada mudou verídicamente quando falamos do bolso do trabalhador que precisa sobreviver com apenas um único e ao mesmo tempo precioso salário mínimo”.

Cesta básica

O levantamento feito pelo Dieese mostra que mesmo com a elevação do mínimo para R$ 1.100,00, com um reajuste de 5,26% e com os ganhos reais de quase 80% obtidos nos últimos 16 anos, o trabalhador que recebe esse valor continua comprando pouca coisa. A Cesta Básica dos Paraenses, em novembro do ano passado, custou R$ 486,50 e comprometeu na sua aquisição aproximadamente 50,33% do salário mínimo anterior, de   R$ 1.045.

Por mais que o valor atual diminua um pouco o impacto, não será o suficiente para atender os preceitos constitucionais, que garantisse ao trabalhador a habitação, vestuário, transporte, educação, alimentação, lazer, etc. Segundo o Dieese, este salário constitucional deveria ser hoje em torno de R$ 5.289,53.

Fonte: O Liberal

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