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OAB expõe fragilidade da segurança nas terras indígenas do povo Xipaya, no Pará; Ibama tem apenas 4 servidores na região, diz relatório

Área foi alvo de tentativa de invasão de garimpeiros em abril. Situação foi denunciada por indígenas. Só a terra Xipaya tem 179 mil hectares e fica distante cerca de 400 quilômetros do centro de Altamira.

Foto: Reprodução da internet
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Um relatório da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Pará (OAB-PA) faz um alerta para a fragilidade da segurança nas terras indígenas do povo Xipaya, no sudoeste do estado. Segundo a OAB, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), em Altamira, conta com apenas quatro servidores para monitorar a região. O relatório deve ser encaminhado para autoridades.

Só a terra Xipaya tem 179 mil hectares e fica distante cerca de 400 quilômetros da área central do município de Altamira, que tem quase 160 mil km².

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB no Pará, José Maria Vieira, diz que a conclusão do relatório sobre a invasão do território Xipaya por garimpeiros é preocupante.

O relatório reúne informações coletadas durante a visita de representantes da OAB e Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal ao território Xipaya, quando as comunidades foram ouvidas.

Segundo o documento, a necessidade de fortalecer os órgãos de fiscalização é urgente para proteger os territórios indígenas e combater a ação frequente de criminosos.

Em abril, o clima ficou tenso na região conhecida como Terra do Meio, depois que os Xipaya denunciaram a presença de garimpeiros na aldeia Karimã.

Uma balsa garimpeira começou a ser montada para retirar ouro ilegalmente da área, localizada em Altamira, no sudoeste do Pará.

Uma força-tarefa foi criada para proteger os indígenas. A balsa foi apreendida em uma reserva extrativista e cinco garimpeiros chegaram a ser presos, e liberados após prestarem esclarecimentos na delegacia de Polícia Federal, em Itaituba.

A Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa) diz que as ações para combater o garimpo ilegal nas aldeias são pontuais e insuficientes para defender os direitos dos indígenas.

“O que está acontecendo na Amazônia é reflexo do descaso e desmonte das políticas públicas, que são de proteção territorial, como o não fortalecimento da Fundação Nacional do Índio (Funai), dos órgãos que fazem o papel de monitorar e fiscalizar os povos indígenas e a política ambiental”, afirma Puyr Tembé, presidente da Fepipa.

“Falta políticas públicas e fortalecimento de órgãos como o Ibama, Funai. Desmontar essa política é não proteger os territórios indígenas, e não proteger a vida”.

A Funai disse, em nota, que “atua com fiscalização e monitoramento em terras indígenas, por meio de unidades descentralizadas, com apoio de órgãos ambientais e forças de segurança”.

O órgão afirmou, ainda, que “apoiou mais de 1.200 ações para combater crimes em terras indígenas e garantir a proteção das comunidades”.

A Funai também anunciou que “não compactua com condutas ilícitas”.

Já a Polícia Federal, responsável por ações de combate a crimes em terras indígenas, alegou que “age prontamente para coibir e reprimir crimes em reservas indígenas e repressão de crimes”.

Fonte: G1 Pará

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