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ONG indígena denuncia ameaças de garimpeiros no Pará

Carta anônima foi deixada na porta do Instituto, após ações realizadas pela Operação Biomas no final de agosto contra garimpos na região.

Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal
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Representantes, funcionários e familiares de pessoas que trabalham para o Instituto Kabu denunciam que estão sofrendo ameaças de garimpeiros no Pará. A ONG, que tem sede no município de Novo Progresso, no sudoeste do Pará, cobra providências das autoridades policiais.

Na segunda-feira (12) uma pessoa de casaco e cabeça coberta deixou uma carta sem autoria no portão do Instituto. A carta responsabilizava a ONG pelas operações de repressão a garimpos ilegais em Novo Progresso e em Castelo dos Sonhos, distrito de Altamira.

Escrita à mão, a carta dá um prazo de 10 dias para que o Instituto Kabu feche as portas.

Carta foi deixada no portão da ONG — Foto: Arquivo Pessoal

Carta foi deixada no portão da ONG — Foto: Arquivo Pessoal

Segundo Mydjere kayapo Mekrangnotire, vice-presidente do Instituto, as ameaças começaram após ações realizadas pela Operação Biomas no final de agosto contra garimpos na região.

“Levamos as ameaças muito a sério. Estamos preocupados, mas não podemos deixar que pessoas que sequer têm coragem de dizer quem são nos digam se podemos ou não proteger os nossos próprios territórios”, afirma Mydjere.

De acordo com a representante do Instituto, a Operação Biomas, que ocorreu no final de agosto, foi feita em vários garimpos fora das Terras Indígenas em Novo Progresso e Castelo dos Sonhos e também em um garimpo dentro da Terra Indígena Baú (Pista Nova).

Antes da carta, surgiu um áudio em que uma pessoa responsabiliza a ONG pela operação.

“A pessoa que não teve coragem para dizer seu nome e sobrenome, diz que soube disso por um integrante do nosso Instituto. Já dissemos isso na nota que soltamos e voltamos a repetir: nossa missão é conservar os nossos territórios e a floresta. Não temos poderes para mandar no Ibama, na Polícia Federal ou na Força Nacional”, pontua Mydjere kayapo.

Em nota, o Instituto afirmou que tem como missão conservar os territórios e a floresta, não tendo poderes para controlar as ações do Ibama, Polícia Federal ou Força Nacional.

“Estamos empenhados em impedir a expansão do garimpo em nossos territórios, porque além de ser uma atividade ilegal, contamina com mercúrio os nossos rios, os peixes que comemos e o que plantamos para comer”, diz Mydjere.

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e organizações regionais de base afirmaram nesta quarta-feira (14) condenar os ataques direcionados à ONG.

g1 entrou em contato com a Polícia Federal e ao Ministério Público Federal e aguarda o retorno dos órgãos federais.

Sobre a Instituto Kabu

O Instituto é uma ONG indígena, dirigida por indígenas Kayapó do grupo Mekrãgnotí, e criada para proteger e conservar cerca de 6 milhões de hectares de florestas no sul do Pará, compreendendo as Terras Indígenas Baú e Menkragnoti.

Atualmente há 11 filiadas nas duas Terras Indígenas. O instituto visa proteger o território e promover atividades sustentáveis que propiciem alternativas de renda para as comunidades.

Os integrantes exportam semente de cumaru, comercializam castanha e produtos da Arte Kayapó com selo de origem do Origens Brasil – que permite rastrear quem produziu o que é comprado e promovemos capacitações que vão de educação ambiental a TI, de formação de lideranças a cursos de audiovisual.

Fonte: G1 Pará

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