O Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Pará (Gaeco), com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Inteligência e Segurança Institucional (GSI), deu cumprimento, na quinta-feira (1º), a mandado de prisão preventiva expedido pelo Juízo da Vara de Combate ao Crime Organizado contra uma mulher integrante de uma das maiores facções criminosas que atuam no Brasil.
A detenção faz parte da Operação Pombo, que se fundamentou em procedimento investigatório criminal instaurado no âmbito do Gaeco, em 8 de junho de 2021, para apurar a relação ilícita de advogados com integrantes de facções criminosas que se encontram custodiados em estabelecimentos prisionais paraenses.
No decorrer de praticamente um ano, a investigação conseguiu constatar a relação criminosa existente entre integrantes custodiados da facção investigada e advogados, os quais vinham funcionando como “mensageiros”.
Para tanto, eles se utilizam de suas prerrogativas conferidas legalmente pelo exercício da advocacia e acabam servindo de elo entre faccionados presos e faccionados soltos, repassando as informações obtidas por ocasião das visitas realizadas em estabelecimentos prisionais no Estado do Pará.
A acusada simulava o exercício da advocacia, recebendo “honorários”
Ocorre que, em relação à faccionada presa na quinta-feira, ao prosseguir nas investigações, o Gaeco descobriu que ela não era, de fato, advogada, embora se apresentasse para os membros da facção como regularmente inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil. Assim, enganando os próprios faccionados, a acusada simulava o exercício da advocacia, recebendo “honorários”.
O mandado de prisão preventiva foi obtido após o Gaeco apresentar evidências à Justiça sobre a necessidade de garantia da ordem pública a partir da constrição cautelar da denunciada.
Destaca-se que as forças de segurança do Estado do Pará, afirma ainda o Ministério Público do Estado, “têm sido alvos constantes dos ataques ordenados por integrantes de facções criminosas, a exemplo das duas dezenas de registros de crimes contra policiais penais recentemente ocorridos, o que serviu de subsídio jurídico à decretação da segregação provisória”. O nome da acusada e o local da prisão não foram divulgados.
Fonte: O Liberal