Supostos líderes e patrocinadores das manifestações pós-eleições 2022, no Pará, são alvos de uma operação conjunta da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, chamada de “163 Livre”. Na manhã desta quarta-feira, 10 mandados de prisão temporária (seis foram cumpridos até as 11h) e 11 de busca e apreensão foram executados contra os envolvidos no bloqueio da BR-163, em Novo Progresso, sudoeste do estado. Esse foi um dos atos em que ocorreu confronto entre agentes de segurança e os manifestantes. Um policial ficou ferido e uma criança chegou a passar mal. Um homem que estava no ato também se feriu.
“As medidas judiciais determinadas contra os investigados têm como pressuposto a provável existência de associação criminosa voltada para a prática de diversos delitos, dentre eles: constrangimento ilegal; dano qualificado; atentado contra a liberdade de trabalho; desobediência e desacato, além dos mencionados inicialmente”, diz nota da Polícia Federal.
O confronto ocorreu no dia 7 de novembro, quando a PRF tentou desobstruir a rodovia BR-163, no quilômetro 312. A PRF informou, por nota, que manifestantes reagiram com paus, pedras e rojões contra a equipe de choque dos agentes. Viaturas foram danificadas e os policiais usaram bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e munição de borracha. Ainda segundo a PRF do Pará, um disparo de arma de fogo foi feito contra uma viatura.
Os manifestantes afirmaram que, inicialmente, tentaram dialogar com os policiais, de forma pacífica — e a PRF confirmou que esse diálogo, de fato, estava ocorrendo. Pessoas que estavam na manifestação também negaram que tivessem atacado os policiais, mas sim que haviam revidado à ação dos agentes. O local não está mais obstruído.
O coordenador de Comunicação da PRF Nacional, Cristiano Vasconcellos, em entrevista ao UOL, nesta quarta-feira (23), declarou que uma operação seria deflagrada contra os líderes das manifestações pós-eleições nas estradas federais em todo o Brasil. Ele não adiantou muitos detalhes e, ontem, disse que seria uma ação “nas próximas horas”.
Nos levantamentos citados por Vasconcellos, pelo menos “50 pessoas já haviam sido identificadas como líderes ou apoiadores” diretos dos atos pós-eleições. A PF do Pará, após o confronto do dia 7 em Novo Progresso, já havia afirmado, por nota, que os envolvidos haviam sido identificados. As investigações seriam para apurar “…a possível ocorrência dos delitos de homicídio qualificado tentado e de resistência contra policiais rodoviários federais, durante uma tentativa de cumprimento de decisões judiciais de desbloqueio da rodovia”, como comunicou a PF, por nota.
Fonte: O Liberal