A Operação Verde Brasil 2 somou 354 dias de atuação ininterrupta de combate a ilícitos ambientais e a focos de incêndio na Amazônia Legal. Como resultado, os avisos de desmatamento na região tiveram queda de 19,15% entre agosto e março do biênio 2020/2021, em comparação com o mesmo período de 2019/2020, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Nesse período, foram empregados cerca de 2,5 mil militares e agentes de órgãos de controle ambiental e de segurança pública. No total, foram mais de 100 mil inspeções, patrulhas navais, terrestres e aéreas. Entre os pontos de destaque, de acordo com o balanço final da operação, estão a apreensão de 504,6 mil metros cúbicos de madeira, 2.015 embarcações e 899 veículos e tratores.
A apreensão de animais contrabandeados também esteve no alvo da Operação, resultando na captura de 64 animais silvestres, em junho do ano passado. Somada à repressão aos crimes ambientais, foram efetuadas 321 prisões em flagrante, apreendidos 751 Kg de drogas, 123.550 armas e munições. Ao todo, 5.303 multas e termos de infração foram aplicados, somando R$ 3,346 bilhões.
Os Comandos Conjuntos da Amazônia, Norte e Oeste, integrados por militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, realizaram ações preventivas e repressivas. Dentre elas, o levantamento de focos de incêndios e de pontos de desmatamento, montaram postos de bloqueio terrestre e de controle de estradas nas rodovias, fizeram inspeções navais, revistas em embarcações e reconhecimento aéreo.
As atividades se concentraram na faixa de fronteira, nas terras indígenas, nas unidades federais de conservação ambiental e em outras áreas federais nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Maranhão. A atuação também foi estendida às áreas estaduais das Unidades da Federação em que foi requerido o apoio do Governo Federal.
O comandante Walter Marinho, do Ministério da Defesa, reforçou a O Liberal que as ações conjuntas que permitiram esses resultados expressivos. “Essa redução do desmatamento na Amazônia Legal, principalmente no Pará, se deve ao esforço conjunto, em regime de parceria, entre as forças armadas e as diversas agencias de controle ambiental e também de segurança pública. Esse trabalho já começa a se desenvolver no grupo interministerial para proteção da Amazônia Legal, que produz um relatório, que orienta todas as agências às áreas prioritárias para o combate ao desmatamento. Foram essas ações integradas que possibilitaram essa redução do desmatamento tanto no Pará quanto na Amazônia Legal”, disse.
O emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na região da Amazônia Legal foi autorizado pelo Decreto Presidencial n° 10.341, de 6 de maio de 2020. A Operação teve início em 11 de maio de 2020, com previsão inicial de duração de 30 dias e, posteriormente, estendida até 30 de abril deste ano por meio do Decreto nº 10.539. A partir do encerramento da Verde Brasil 2, as ações de fiscalização e combate aos crimes ambientais terão prosseguimento por meio do Plano Amazônia 2021/2022. Caberá às Forças Armadas prosseguir com o suporte logístico aos órgãos ambientais e de segurança pública.
“Cabe esclarecer que o Plano Amazônia é uma iniciativa do Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAL), que é presidido pela vice-presidência da República. Então, deste conselho existe a representativa de diversos órgãos, como o Ministério da Defesa, por exemplo, que já se iniciou, hoje já estão correndo operações sobre a coordenação do CNAL, bem como as operações futuras que estão sendo planejadas. Como já foi divulgado, onze municípios prioritariamente terão atuação do CNAL neste Plano Amazônia. Destes onze municípios, sete são no Estado do Pará, onde os órgãos foram esta integração para buscar os melhores resultados possíveis”, concluiu o comandante.
Fonte: O Liberal