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Pará atinge platô na curva da covid-19 e pode terminar julho com até 180 mil casos registrados desde o início da pandemia

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Os números da covid-19 caíram em Belém e Região Metropolitana (RMB), mas avançaram rumo ao interior do Pará. Com esse cenário que pode ser comparado a uma balança, onde a leve redução na capital e RMB, mas compensada com o aumento no interior, indicam um platô de casos, que significa uma estabilidade na curva. Ainda assim os números são altos. O Pará tem registrado média de 30 mil novos casos a cada 15 dias e deve terminar julho com números entre 140 mil, na menor margem, a 180 mil casos de covid-19, segundo projeção feita pelo pesquisador Yuri Willkens, da Universidade Federal do Pará (UFPA).

A prova da migração dos casos para o interior é que, enquanto Belém lidera o ranking de 22 mil casos confirmados, o segundo lugar deixou de ser Ananindeua, na RMB, e passou a ser ocupado pelo município de Parauapebas, na região sudeste do Pará, com aproximadamente 13 mil casos confirmados.

Na avaliação de Willkens, que é biólogo e pesquisador do Programa de Pós-Graduação de Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários (PPG BAIP) da UFPA, os números ainda são altos, com crescimento de 30 mil casos a cada 15 dias. Somente nos primeiros 15 dias do mês de julho o Pará registrou quase 30 mil novos casos confirmados de covid-19. Foram 27.186 casos, com quase 500 novos óbitos pela doença. A média de registros confirmados no Pará em junho e primeira quinzena de julho tem sido em torno de dois mil casos por dia.

Ele diz que a tendência de queda apresentada na Região Metropolitana de Belém (RMB) só deve ser sentida no Pará como um todo mais adiante, nos meses de agosto a setembro. “A queda mais forte ainda dependerá muito de como cada município está conduzindo seu processo de abertura da economia, de como as medidas de proteção estão sendo aplicadas. Municípios com pouca cobertura de saúde devem tomar muito mais cuidado com o avanço da doença”, diz o pesquisador.

A boa notícia é que, como houve um policiamento intenso de lockdown em várias cidades do Pará, dificilmente o interior viverá um quadro semelhante ao que ocorreu em Belém e RMB, com óbitos por conta da sobrecarga total do sistema de saúde. “As estimativas apontam que é muito difícil ocorrer uma situação igual ao que se teve em Belém”, avalia.

Ele diz que os números também não evidenciam ainda uma segunda onda. “Quanto à uma segunda onda, ainda não temos evidências. Estamos em queda aqui na RMB mas ainda sob efeito da primeira onda. Um novo pico é possível, já que tivemos reaberturas e uma grande saída das pessoas para as praias, se houver um novo crescimento da taxa de transmissão na capital, isso será observado nas próximas duas semanas”, observa o pesquisador.

Fonte: Portal Roma News

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