Os feriados costumam gerar grandes efeitos econômicos no Pará, considerando que muitas pessoas buscam opções de lazer nessas datas. Embora o calendário oficial ainda não tenha sido divulgado pelo Executivo, 2025 deve contar com 12 feriados nacionais e estaduais, sem incluir os pontos facultativos. Desse total, seis serão “feriadões”, ou seja, que cairão em segundas, sextas ou quintas-feiras, com possibilidade de estender o final de semana.
Segundo o economista e consultor Nélio Bordalo Filho, os feriados estimulam, principalmente, setores relacionados ao consumo imediato e ao turismo. Alguns destinos do Estado atraem uma alta movimentação de pessoas para balneários, como Alter do Chão, Salinópolis e Belém, onde fica a Ilha de Mosqueiro, o que fortalece os segmentos de hotelaria, gastronomia e serviços de transporte. Além disso, o comércio de alimentos, bebidas e produtos típicos paraenses também se intensifica.
Da mesma forma, os “feriadões”, ou seja, quando é possível emendar o feriado com o final de semana, são períodos favoráveis para a economia paraense, de acordo com Nélio, que é também conselheiro do Conselho Regional de Economia dos Estados do Pará e Amapá (Corecon–PA/AP). Mesmo quem não viaja para praias e balneários costuma aproveitar a folga para atividades de lazer e cultura.
“A demanda por passagens aéreas, hospedagem, restaurantes e atividades culturais aumenta significativamente. O comércio de cidades consideradas turísticas e serviços de alimentação também geram impactos positivos, pois supermercados, bares, restaurantes e postos de combustíveis experimentam aumento nas vendas devido à maior circulação de pessoas”, enfatiza o economista.
Efeitos negativos
Por outro lado, os dias extras de folga também podem trazer prejuízos. Como explica Bordalo, os feriados podem reduzir a produção na indústria e no setor agropecuário, especialmente nas empresas que operam em regime contínuo, se tornando prejudiciais para setores industriais, agrícolas e para empresas exportadoras, que enfrentam interrupções na produção e possíveis atrasos nas entregas.
“Empresas que dependem de transporte de cargas e operações logísticas podem enfrentar gargalos, custos adicionais com armazenagem e dificuldades para cumprir prazos. Outro impacto negativo ocorre em setores que não conseguem operar nos feriados devido a custos trabalhistas elevados ou baixa demanda, como escritórios administrativos e pequenos negócios”, opina. Além disso, os “feriadões” podem afetar o comércio em geral, já que o foco dos consumidores se volta para o consumo de serviços e lazer.
Nesses casos, os empresários devem estar atentos a algumas estratégias para mitigar possíveis prejuízos ou atrasos no trabalho da equipe. O ideal, de acordo com Nélio, é fazer um planejamento antecipado – empresas devem revisar seus cronogramas operacionais, antecipando entregas e ajustando o volume de produção antes dos feriados para evitar atrasos.
Além disso, uma saída pode ser a criação de escalas de trabalho e banco de horas, com o objetivo de manter as operações funcionando e evitar interrupções completas. Em setores mais críticos, os empresários podem optar por contratar trabalhadores temporários para períodos de alta demanda. Há ainda a ideia de rever cláusulas contratuais para incluir períodos de tolerância em entregas e prazos durante feriados prolongados, segundo o consultor.
Já para motivar os colaboradores, Nélio indica “bonificações e pagamentos extras, oferecendo bônus por dias trabalhados nos feriados ou folgas compensatórias; clima organizacional positivo, realizando ações de integração e confraternização após feriados para melhorar o ambiente de trabalho e elevar a produtividade; e reconhecimento dos esforços dos funcionários que trabalharam durante os feriados como forma de incentivo”.
Consumidores devem se programar
Em relação ao consumidor final, os trabalhadores devem se preparar financeiramente para meses com mais feriados prolongados. O mais importante, segundo o economista, é planejar com antecedência os gastos com feriados, identificando possíveis despesas extras naquele período, seja com viagens ou com lazer na própria cidade. Essas medidas podem ajudar os consumidores paraenses a aproveitar os feriados de forma sustentável, sem comprometer sua saúde financeira.
Além disso, ele indica a criação de uma reserva de emergência, ou seja, separar uma parte do orçamento mensal para atividades de lazer ou emergências durante as folgas, evitando endividamento. “Os consumidores também devem resistir a promoções ou ofertas que não estejam planejadas. Despesas como passagens aéreas e hospedagem devem ser reservadas com antecedência para evitar preços altos”, destaca.
Ainda, outras medidas que podem reduzir o impacto financeiro dos feriados são priorizar o pagamento de contas fixas antes de gastar com entretenimento, especialmente se o orçamento estiver apertado, e planejar viagens e lazer para feriados com promoções antecipadas em passagens, hospedagens e ingressos de eventos.
Feriados nacionais previstos para 2025
– 1º/1 (quarta-feira): Confraternização Universal
– 18/4 (sexta-feira): Sexta-feira Santa
– 20/4 (domingo): Páscoa
– 21/4 (segunda-feira): Tiradentes
– 1º/5 (quinta-feira): Dia do Trabalho
– 15/8 (sexta-feira): Adesão do Grão Pará à Independência do Brasil (feriado estadual)
– 7/9 (domingo): Independência do Brasil
– 12/10 (domingo): Nossa Senhora Aparecida – Padroeira do Brasil
– 2/11 (domingo): Finados
– 15/11 (sábado): Proclamação da República
– 20/11 (quinta-feira): Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra
– 25/12 (quinta-feira): Natal
Setores que mais se beneficiam dos feriados prolongados
– Turismo e hotelaria: A ocupação de hotéis e pousadas cresce consideravelmente. Com a divulgação nacional e internacional de Belém como sede da COP 30, deve haver um aumento significativo de turistas em 2025.
– Comércio de alimentos e bebidas: Supermercados, padarias, bares e restaurantes registram um aumento nas vendas devido ao maior consumo em viagens e eventos comemorativos realizados durante os feriados.
– Transporte e logística de passageiros: Empresas de transporte aéreo, rodoviário e locadoras de veículos lucram com o aumento do fluxo de pessoas. Companhias de transporte fluvial, muito usadas no Pará, também são diretamente beneficiadas.
– Lazer e entretenimento: Parques, casas de shows, cinemas e organizadores de eventos têm um pico de demanda, impulsionando empregos temporários e vendas de ingressos.
– Comércio informal: Ambulantes e feirantes também se beneficiam da maior circulação de pessoas, especialmente durante eventos culturais e festas tradicionais.
As informações são de O Liberal.