No ranking nacional, o Pará apresentou alguns dos resultados mais baixos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2019. Os dados foram divulgados, nesta terça-feira (15), durante coletiva do Ministério da Educação. Ministro da Educação, Milton Ribeiro disse que, na verdade, há um parâmetro para cada Estado.
“A avaliação é sempre relativa à expectativa que o Inep tem de cada região. Cada Estado tem uma expectativa. Quando ele ultrapassa essa expectativa que nós tínhamos a respeito dos resultados, aí então ele vai ter mais progresso do que outro, que talvez esteja em um nível muito superior a dele”, detalhou Ribeiro. Também participaram da coletiva o presidente do Inep, Alexandre Lopes, e o diretor de Estatísticas Educacionais do instituto, Carlos Eduardo Moreno Sampaio.
Crescimento ainda é lento no Brasil
Entre 2005 e 2017, o Ideb do Ensino Médio brasileiro cresceu 0,4 pontos, subindo de 3,4 para 3,8 pontos. Já em 2019, o indicador alcançou 4,2 pontos, considerada a maior evolução da edição, após quatro anos de estabilidade.
O aumento no indicador do Ensino Médio aconteceu em função da melhora nas taxas de aprovação e nos resultados da avaliação desta etapa de ensino no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). A etapa conta com 28,8 mil escolas pelo país e a maioria das 7,5 milhões de matrículas se encontra na rede estadual. Apesar do resultado positivo, a meta de 5 pontos prevista para o ano não foi atingida.
Pará e Amapá tiveram os piores resultados no Ensino Médio
Entre as unidades da federação, os números do Ensino Médio variaram 1,4 ponto entre os piores e os melhores resultados. Os destaques foram Goiás, único estado a atingir a meta individual, e Espírito Santo. Os dois empataram com as melhores médias do país na etapa: 4,8 pontos.
Já Pará e Amapá tiveram os resultados mais baixos, com 3,4 pontos, ainda segundo o Inep.
Os anos iniciais do Ensino Fundamental apresentaram leve crescimento no indicador. O Ideb 2019 foi de 5,9 pontos, o que representa um aumento de 0,1 ponto em relação à edição anterior, e segue a tendência de evolução das outras edições, superando a meta prevista de 5,7 pontos. Essa etapa de ensino conta com 15 milhões de alunos e 109 mil escolas.
A rede municipal tem uma participação de 67,6% no total de matrículas dos anos iniciais e concentra 83,7% dos alunos da rede pública. Além disso, 19,2% dos alunos dessa etapa frequentam escolas privadas.
Pará superou meta no Ensino Fundamental
Nove unidades da federação alcançaram Ideb maior ou igual a 6 nos anos iniciais do Ensino Fundamental. São Paulo teve o melhor desempenho, com 6,7 pontos, seguido por Distrito Federal, Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais, com 6,5 pontos; Ceará, com 6,4 pontos; Goiás, com 6,2 pontos; Espírito Santo, com 6,1 pontos; e Rio Grande do Sul, com 6 pontos.
Já o Pará teve o resultado mais baixo, com 4,9 pontos, mas superou sua meta, de 4,7 pontos.
Nos anos finais do Ensino Fundamental, o aumento foi de 0,2 pontos, com resultado final de 4,9 pontos. Apesar da melhora, o índice ficou abaixo da meta de 5,2 pontos em 2019. Essa etapa de ensino possui 61,8 mil escolas e 11,9 milhões de estudantes no Brasil.
O Estado de São Paulo teve o melhor desempenho, com 5,5 pontos, mas não conseguiu atingir a meta individual de 5,9 pontos. Sete estados conseguiram cumprir seus objetivos: Amazonas, Alagoas, Pernambuco, Piauí, Ceará, Paraná e Goiás.
Os resultados mais baixos foram do Amapá, com 4 pontos, e do Pará, do Rio Grande do Norte, de Sergipe e da Bahia, com 4,1 pontos.
Com 4,9 milhões de alunos, a rede estadual tem uma participação de 41,6% no total de matrículas dos anos finais do Ensino Fundamental, dividindo a responsabilidade do atendimento escolar na rede pública, nessa etapa de ensino, com os municípios. Os alunos que frequentam escolas privadas representam 15,4% do total.
Ceará foi destaque entre municípios que atingiram metas do Ideb
O Ceará foi destaque no percentual de municípios que atingiram a meta do Ideb do ensino fundamental por unidade da Federação: 98,9% nos anos iniciais e 83,7% nos anos finais. Alagoas também teve um bom resultado nos anos iniciais, com alcance de 92,2% dos municípios do estado em relação à meta do índice. Já o Amapá teve apenas 18,8% nos anos iniciais e o Rio de Janeiro, 4,3% nos anos finais.
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica foi criado em 2007 para monitorar o desempenho da educação no Brasil. Ele reúne, em um só indicador, os resultados de duas dimensões de qualidade da educação: o fluxo escolar e as médias de desempenho nas avaliações.
O índice é calculado a partir dos dados sobre aprovação, obtidos no Censo Escolar, e dos resultados do Saeb. A Redação Integrada já entrou em contato com o Governo do Pará e com a Prefeitura de Belém, de quem, agora, aguarda retorno.
Fonte: O Liberal