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Pará é o estado com maior índice de desmatamento da Amazônia Legal, aponta Imazon

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O Pará é o estado com maior índice de desmatamento da Amazônia Legal, de acordo com Boletim do Desmatamento divulgado nesta quarta-feira (20) pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Dos 2441 km² de área desmatada entre agosto de 2017 e maio de 2018, 852 km² foram no Pará. Em maio de 2018, 48% do total desmatado foi no Pará, seguido pelo Mato Grosso, com 29%; Amazonas, com 15%; Rondônia, com 7%; e Acre com 1%.

O aumento do desmatamento no território da Amazônia foi de 22% este ano. Em 2017, o número tinha caído para 21%, interrompendo uma curva de crescimento após cinco anos.

Somente em maio de 2018, a floresta amazônica perdeu uma área verde com duas vezes o tamanho de Belo Horizonte. Em relação a maio de 2017, a destruição foi 73% maior.

Os dois municípios mais afetados estão no Pará. Ambas na região sudoeste do estado – Altamira teve 111 km² desmatados e Novo Progresso, 65 km².

Áreas protegidas são afetadas

O Imazon alerta sobre derrubadas em áreas protegidas já que, em maio de 2018, 30% do desmatamente ocorreu em unidades de conservação e terras indígenas, onde regras para utilização do solo são mais rigorosas. No Pará, a destruição dessas áreas foi 52% do total desmatado em todo o estado.

Das três terras indígenas, as duas mais afetadas estão no Pará – Kayapé com 5 km² e Apyterewa com 1 km². Entre dez assentamentos, cinco também são no Pará.

Entre dez unidades de conservação mais afetadas pelo desmatamento, sete são no Pará:

  1. APA do Triunfo do Xingu (82 km²);
  2. Flona do Jamanxim (38km²);
  3. APA do Tapajós (10 km²);
  4. Flona de Altamira (9km²);
  5. Parna do Jamanxim (7 km²);
  6. Rebio Nascente da Serra do Cachimbo (3 km²);
  7. Flona de Itaituba II (3 km²).

Na Floresta Nacional do Jamanxim, por exemplo, as derrubadas atingiram área equivalente a quatro mil campos de futebol. Um projeto de lei em tramitação no Congresso prevê a redução da Flona Jamanxin, o que segundo ambientalistas permitiria a regularização de áreas desmatadas ilegalmente.

Eleições podem ter provocado aumento, diz pesquisador

O pesquisador do Imazon Antonio Vítor afirmou que dois fatores podem ter provocado o aumento do desmatamento. Um deles é a recuperação do setor pecuário, já que a maioria das áreas desmatadas viram pastos. Já o segundo, seria a proximidade das eleições.

Segundo ele, a incerteza sobre a questão ambiental acaba transmitindo a sensação de impunidade.

Notas

Em nota o ICMBIO informou que entre as diversas ações realizadas no controle de desmatamento nas unidades de conservação federais, destacamos a operação Integração, deflagrada em 2018, que abrange nove frentes em 25 unidades de conservações federais. Como resultado desta operação, até junho deste ano foram lavrados autos de infração, com mais de R$70 milhões em multas aplicadas, sendo que R$23 milhões foram em multas apenas no interior da Flona Jamanxim. Para o ano de 2018, ainda estão previstas 50 ações de fiscalização para as UCS integrantes da operação Integração.

A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará disse que desenvolve trabalho de monitoramento para redução do desmatamento ilegal e que trabalha com ações de fiscalização caso identifique alguma irregularidade.

O Ministério do Meio Ambiente foi contatado pela reportagem e ainda não respondeu sobre o pedido.

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