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Pará é rota estratégica no tráfico de cocaína e skunk, diz pesquisador

Segundo o geógrafo Aiala Colares, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Estado é utilizado como trajeto para o narcotráfico nacional e, até mesmo, internacional

fonteA apreensão de 290 quilos de skunk, conhecida como "supermaconha", em um avião da Igreja Quadrangular, que estava em uma área particular do Aeroporto Internacional de Belém, foi uma das maiores apreensões de drogas deste ano no Estado (Divulgação/PRF)
fonteA apreensão de 290 quilos de skunk, conhecida como "supermaconha", em um avião da Igreja Quadrangular, que estava em uma área particular do Aeroporto Internacional de Belém, foi uma das maiores apreensões de drogas deste ano no Estado (Divulgação/PRF)
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A apreensão de 290 quilos de skunk, conhecida como “supermaconha”, em um avião da Igreja Quadrangular, que estava em uma área particular do Aeroporto Internacional de Belém, chamou atenção de autoridades e estudiosos do assunto sobre o Pará ser utilizado como rota no tráfico de drogas. A nave, que tinha como destino a cidade de Petrolina (PE), foi impedida de voar instantes antes da decolagem. Em nota, a instituição confirmou ser dona da aeronave e disse que, assim que tomou conhecimento das atitudes suspeitas de um ex-funcionário, acionou a Polícia Federal. Essa foi uma das maiores apreensões de drogas deste ano no Estado.

Para o geógrafo, doutor em Ciências do Desenvolvimento Socioambiental (NAEA-UFPA), professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade do Estado do Pará (UEPA), Aiala Colares, que também é membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, entidade que reúne cientistas, gestores e agentes de segurança e de justiça para encontrar soluções no âmbito da violência e políticas de segurança baseadas em evidências, casos como esse evidenciam o Pará como grande rota para o tráfico da cocaína e skunk no país, e, até mesmo, em regiões como a Europa e a África.  

Aiala conversou com a Redação Integrada de O Liberal, nesta terça-feira (30), e explicou que a Região Amazônica recebe uma grande dos fluxos de narcotráfico – termo utilizado com o comércio de drogas – por estar em uma localização de proximidade com a Bolívia, Colômbia e Peru, países que se destacam com a produção de coca, a planta utilizada na produção da cocaína. “A Região Amazônica recebe uma grande influência dos fluxos de drogas, com destaque para a cocaína e o skunk, que entram pelas fronteiras do estado do Amazonas e atravessam de lá ao Pará, que é uma grande área de rota desses fluxos de entorpecentes com destino aos mercados da região Sudeste do Brasil, quanto, também, os mercados internacionais com destaque para a Europa e África”, disse Colares. 

O professor chegou a citar o Relatório do Escritório das Nações Unidas Sobre Crimes Globais, que colocou o Brasil como segundo mercado consumidor da cocaína, ficando atrás somente dos Estados Unidos, além de ser o principal consumidor do skunk colombiano, segundo o especialista. A explicação para ele, sobre o grande consumo da “supermaconha”, seria pela droga ter encontrado “um mercado mais fértil” no país e a possibilidade de “talvez não ser tão importante para outros mercados”

De acordo com ele, o Pará ocupa posição planejada dentro dos trajetos que passam as drogas. “A posição que o Pará vem ocupando nas redes do narcotráfico é estratégica, porque há uma forte dependência dessas atividades ilegais em estabelecer conexões a partir do Pará. Um dos maiores desafios que o Estado enfrenta é tentar promover e controle efetivo sob suas fronteiras, dada a extensão territorial do Pará”, acrescentou.

Fonte: O Liberal

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