O Pará está entre os oito estados das regiões Norte e Nordeste que enfrentam a pior seca dos últimos 40 anos devido à falta de chuvas, segundo dados divulgados pelo Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, nesta quinta-feira, 5 de outubro.
Dos 144 municípios do Pará, por exemplo, 55 sentiram os impactos da estiagem no mês de setembro. Deste total, 22 municípios estão com mais de 80% das áreas agroprodutivas afetadas, e outros 20 tiveram entre 60% e 80% das áreas destinadas à produção agrícola e à pecuária comprometidas pelas consequências da seca extrema.
Segundo o Cemaden, a falta de chuva, o aumento da temperatura e a redução na umidade do solo já afetam áreas destinadas à agricultura e à pecuária em 79 municípios na comparação com agosto, quando 70 cidades já registravam os efeitos da seca extrema. A seca que atinge a Amazônia é a mais severa desde 1980 e aumentou o número de municípios com mais de 80% das áreas agrícolas, incluindo pastagens, impactadas pela estiagem em setembro.
O início da estação chuvosa, entre novembro e dezembro, deveria elevar os níveis dos rios. Contudo, com previsões abaixo da média, alguns rios podem não atingir os níveis normais em 2023, alertou o Cemaden, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, em comunicado divulgado nesta quinta-feira, 5.
“Grande parte dos rios da região Norte, entre os estados do Amazonas e Acre, encontra-se com níveis muito abaixo da média climatológica”, alertou o Cemaden.
A seca na Amazônia deve durar pelo menos até dezembro quando o fenômeno El Niño atingirá a máxima intensidade. Desde o mês de maio, a região registra chuvas abaixo da média como consequência do inverno mais quente provocado pelo El Niño. Em áreas de oito estados, o déficit de chuvas entre julho e setembro no interior do Amazonas e no norte do Pará foi o mais severo desde 1980.
Fonte: Roma News