O mês de julho, marcado pelo Verão Amazônico e as tradicionais férias escolares, também é época para redobrar as atenções com a saúde, sobretudo, em relação à prevenção e controle das hepatites virais. Por conta disso, neste período, ocorre no Brasil a campanha “Julho Amarelo”. A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) informa dados prévios registrados até junho deste ano, que indicam a existência de 81 casos no estado, sendo 37 casos em Belém; Santarém com 14, Ananindeua 12; Tucuruí 10 e oito casos em Marabá.
Para Isamu Komatsu, especialista em cirurgia oncológica e transplante hepático, as ações da campanha “Julho Amarelo” são importantes por promoverem testes, orientações e indicações de tratamentos. O médico explica que as hepatites causadas por vírus que mais chamam atenção são as crônicas, por possuírem maior risco de transformar o fígado na fase avançada de fibrose, e a cirrose hepática.
Na região Norte, as infecções por vírus mais frequentes, observa o médico, são as hepatites B e C. Isamu Komatsu explica que a primeira é transmitida normalmente por meio da relação sexual ou até mesmo via contato com o sangue contaminado. Ele ressalta que existem vacinas capazes de criar anticorpos e proteger do contágio da hepatite B.
“É por isso que muitas pessoas do grupo de risco são orientadas a se vacinar contra a hepatite B. Já a hepatite C, infelizmente, não tem vacina. É um vírus RNA, maior causador de cirrose hepática no Brasil, sendo a maior incidência de cirrose e, consequentemente, indicações de transplantes hepáticos”, afirmou o especialista.
O médico reforça que um dos maiores problemas provocados pelas cirroses hepáticas é que cerca de 30% dos pacientes precisam de passar por transplante. “O fígado cirrótico tem a maior predisposição de desenvolver câncer, por isso, é importante que as pessoas portadores da B ou da C tomem o devido cuidado, realizem o controle e façam testes para tratamento. Felizmente, para as duas existem tratamentos”, ressaltou.
O tratamento da hepatite C é um pouco mais recente e possui grandes chances de cura. Um dado importante da doença é a forma de transmissão. “Ela é mais transmissiva através do sangue de pessoas portadoras do vírus C, que podem ser contaminadas através de procedimentos cirúrgicos dentários e até de manicure. Por isso, é recomendado sempre que as pessoas utilizem seu próprio material ou algum que tenha sido devidamente esterilizado”, orientou o médico.
Atualmente, os consultórios dentários possuem os chamados autoclaves, equipamentos que fazem a esterilização do material para não ocorrer a transmissão de doenças. O mesmo ocorre nos bancos de sangue que fazem testes.
Fonte: O Liberal